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Na música…   MARTHA ARGERICH

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Martha Argerich, nascida a 5 de junho de 1941 em Buenos Aires (81 anos) é uma pianista argentina e suíça, que ficou mundialmente conhecida pelas suas brilhantes interpretações de obras de Frédéric Chopin, Johann Sebastian Bach, Maurice Ravel, Robert Schumann, Franz Liszt e Serguei Prokofiev. 

 É vagamente reconhecida como uma das maiores pianistas da sua geração. A sua interpretação do Concerto para Piano nº 3, de Rachmaninoff foi um dos fatores que a fez ascender no mundo da música de uma maneira abismal, tendo a interpretação deste concerto sido considerada por muitos como “perfeita” e “divinal”. 

Martha casou-se três vezes: a primeira com o compositor Robert Chen, pai da sua filha mais velha, a violetistaLyda Chen. De 1969 a 1973 foi casada com o maestro Charles Dutoit, com quem teve a sua segunda filha, Annie. Também foi casada com o pianista americano Stephen Kovacevich, pai da sua terceira filha, a fotógrafa Stephanie. 

Foi premiada em 1957 com o primeiro prémio no concurso internacional de execução musical de Genebra.

             João Costa,  fevereiro 2023



Na música…   ELISE BOYER 

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O saxofone nasceu em 1846 e como um instrumento "recente", o seu repertório deixa muito a desejar, pois veio depois dos principais compositores terem já morrido, sem terem a oportunidade de escrever para ele.  

Elise Boyer foi uma das primeiras saxofonistas femininas mais importantes dos Estados Unidos. Nasceu no dia 15 de abril de 1853 em Paris e morreu a 27 de novembro em Boston. Para além de ser música e de ter fundado o Boston Orchestral Club, foi ainda uma enorme impulsionadora do sax, a nível de repertório, tendo encomendado algumas das principais peças para este instrumento, que ainda hoje fazem parte dos clássicos do saxofone. Entre outras, gostava de realçar a "Rapsodie pour Saxophone et Orchestrer" de Claude Debussy, assim como a música de Vicent d'Indy, André Caplet, Léon Moreau e diversos outros compositores do mesmo período. Um facto interessante é que começou a estudar saxofone apenas aos 47 anos com Georges Longy 

Está clara a importância que Boyer teve no mundo da música, sobretudo, no mundo do saxofone. Tanto no seu tempo como na atualidade, apoiou e motivou inúmeros saxofonistas que, inspirados pela beleza destas peças e motivados pela sua dificuldade ou simplesmente por vontade de as mostrar e as fazer ouvir, se tornaram grandes, importantes e absolutamente vitais para o portefólio do instrumento.  

Para além de a apresentar, gostaria também de fazer uma pequena reflexão sobre a sua vida e os ensinamentos que podemos tirar dela. Julgo que nos mostra como nunca é tarde para começar e,  para além disso, em vez de procurar ter ações que levassem ao seu benefício próprio, Elise pensou na posteridade e procurou deixar um legado e uma marca. Sem dúvida que o conseguiu.  

Obrigada, Elise Boyer! 

                                                                                         Mafalda Maia, fevereiro 2023 




Na música   ELLA FITZGERALD

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Ella Jane Fitzgerald, mais conhecida como Ella Fitzgerald foi uma cantora e compositora americana que nasceu dia 25 de março de 1917 e morreu dia 15 de junho de 1996 com 79 anos. Ella viveu uma vida conturbada, na sua infância, devido a problemas com os seus pais e passou por graves problemas de violência doméstica, depressão e falta de dinheiro. Depois de ser internada, por dois anos, no Asilo de Órfãos de Cor, em Riverdale reergueu-se e começou a aprender música, idolatrando Connee Boswell. 

A sua voz incrível, estilo de cantar inovador e habilidades virtuosas de improvisação tornaram-na numa das figuras mais influentes do século XX. A influência de Fitzgerald no jazz foi enorme. Ela foi uma das vocalistas mais importantes do género, conhecida pelas suas interpretações de clássicos do jazz como "Mack the Knife", "Take the A Train" e "Lullaby of Birdland". Ella possuía uma extensão vocal que abrangia três oitavas, era notória pela pureza da sua tonalidade, pela dicção, fraseado e entoação impecáveis, bem como por uma habilidade de improviso "semelhante a um instrumento de sopro ", particularmente no scat (técnica de canto criada por Louis Armstrong). Evidenciou-se no estilo Bebop do jazz. Ganhou vários prémios incluindo 14 Grammys e a Medalha Nacional das Artes, atribuída pelo presidente americano Ronald Reagan.  

A influência de Fitzgerald, sua maneira única de cantar e, principalmente, de improvisar, estendeu-se a outros músicos, não só dentro como fora do jazz. Muitos vocalistas contemporâneos, incluindo Sarah Vaughan, Carmen McRae e Nancy Wilson, mencionaram-na como inspiração, e a sua abordagem inovadora à música teve um impacto duradouro na maneira como a música é apresentada e apreciada. 

Fitzgerald também foi uma figura cultural influente pois, na altura, havia uma enorme discriminação de género e racial. Como uma mulher negra na indústria do jazz que era dominada por homens, ela enfrentou numerosos desafios e obstáculos, mas o seu talento e perseverança permitiram que ela alcançasse imenso sucesso e inspirasse inúmeras outras pessoas a seguir os seus passos. 

Além dos seus contributos musicais e culturais, Fitzgerald também ficou conhecida pelo seu trabalho filantrópico. Ela fundou a Ella Fitzgerald Charitable Foundation, que continua a subsidiar a educação musical e outras causas sociais importantes, até hoje. 

Em conclusão, a influência de Ella Fitzgerald na música e na cultura não pode ser subestimada. O seu estilo inovador de cantar, incríveis habilidades de improvisação e impacto duradouro no género jazz tornaram-na uma das cantoras mais importantes e influentes do século XX. O seu legado continua, até hoje, a inspirar e a influenciar gerações de músicos e de amantes da música. 

                          

                                                 Vicente Almeida e Miguel Lameiras, fevereiro 2023 

                                                                                                                                              



Na música…   BILLIE HOLIDAY 

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         Billie Holiday é uma cantora e compositora que nasceu em 7 de abril de 1915 em Filadélfia, Pensilvânia. 

Billie não teve uma infância fácil, sofreu de abusos sexuais, sofreu mesmo muito… 

Para se conseguir sustentar, Billie foi procurar emprego e foi trabalhar para um bar, como bailarina Mas, por sorte, o pianista perguntou-lhe se ela cantava e ela, inicialmente, respondeu que não, até que decidiu experimentar e desde aí tornou-se uma cantora de jazz incrível. 

Billie Holiday em 1959 morreu na sequência de beber álcool em excesso. 

Esta cantora jazz contribuiu assim para o progresso da sociedade, interpretando uma das suas canções - "Strange Fruit", que foi baseada no relato horrível e bastante detalhado de um ato de violência contra pessoas negras. 

Muitos estudiosos consideram que esta foi a primeira música de protesto do movimento pelos direitos civis das comunidades negras, nos Estados Unidos. 

 

Beatriz Cepêda, fevereiro 2023 




Na música…   FANNY MENDELSSOHN 


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Fanny Cäcilie Mendelssohn nasceu a 14 de novembro de 1805 na Alemanha. Foi uma pianista e compositora do início do Romanticismo e é considerada a primeira compositora marcante da história da música. As suas composições incluem um trio e um quarteto de piano, uma abertura orquestral, quatro cantatas, mais de 125 peças para piano e 250 lieder, das quais muitas não foram publicadas enquanto era viva.  

Fanny começou a sua educação musical a partir de tenra idade com a sua mãe. Desde cedo demonstrou grandes capacidades e interesse pela música, porém ao contrário de seu irmão, Félix Mendelssohn, esta não pôde seguir o seu desejo de se tornar compositora profissional. Por não querer seguir o papel de dona de casa tradicional, causou à família vergonha e embaraço. 

Devido à sua incapacidade, por preconceito social, de publicar os seus próprios trabalhos, o seu irmão publicou-os sob seu nome. Nos seus últimos seis meses de vida Félix tentou atribuir-lhe os merecidos créditos muitas de suas obras com o intuito de as publicar através da sua editora. As obras de Fanny apenas começaram a ser publicadas no ano de 1850, três anos após a sua morte no dia 14 de maio. 

Mendelssohn, mesmo não tendo sido apoiada durante a sua vida, teve um impacto irrefutável na história da música, é um exemplo de como os costumes patriarcais e preconceito social impediram o sucesso de mulheres que mesmo talentosas nunca receberam o devido reconhecimento. 

 

                 Beatriz Felizardo, fevereiro 2023 




Na música…   MARIA JOÃO PIRES 



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Maria João Pires é uma pianista portuguesa com dupla nacionalidade, portuguesa e suíça, residente em Portugal. Nasceu a 23 de Junho de 1944, em Lisboa. 

Muito cedo aprendeu a tocar piano: aos cinco anos deu o seu primeiro recital e aos sete tocou publicamente concertos de Mozart. Com nove anos recebeu o prémio da Juventude Musical Portuguesa. Entre 1953 e 1960 estudou com o Professor Campos Coelho no Conservatório Nacional de Lisboa. Prossegue os estudos musicais na Alemanha, primeiro na Musikakademie em Munique com Rosl Schmid e depois em Hanôver com Karl Engel. Torna-se reconhecida internacionalmente após vencer o concurso internacional do bicentenário de Beethoven em 1970, que se realizou Bruxelas. 

Além deste prémio, já foi reconhecida a nível nacional, por ter ganho o Prémio Pessoa em 1989, e Medalha de Ouro do Mérito nas Belas Artes, pelo governo espanhol, em 2007.  

Maria João Pires faz parte de um elenco de personalidades do mundo da arte e da cultura reconhecidos com os galardões que se destacaram no campo da criação artística e cultural. 

  Tomás Maia, fevereiro 2023

                                                                                                  



Na música…   GUILHERMINA SUGGIA 

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Guilhermina Augusta Xavier de Medin Suggia foi uma famosa violoncelista portuguesa, natural do Porto, onde nasceu em 1885. Aprendeu a tocar violoncelo com o pai e estreou-se em palco aos 7 anos, em Matosinhos 

Na época, as violoncelistas tocavam com a posição de amazonas, como montavam os cavalos. Por indicação do seu pai, Guilhermina foi das primeiras mulheres, a nível internacional, a tocar com o violoncelo entre as pernas, na mesma posição em que tocam os homens. Aos 13 anos, Guilhermina Suggia era já a violoncelista principal da Orquestra do Orpheon do Porto e integrou o Quarteto de Moreira de Sá, com o qual fez digressões internacionais. Aos 15 foi estudar para Leipzig com uma bolsa do governo do rei e com apenas 17 tocou no concerto comemorativo do aniversário da orquestra Gewandhaus, na cidade alemã de Leipzig. Nunca um intérprete tão jovem havia atuado com aquela orquestra, muito menos como solista e menos ainda do sexo feminino.  Assim começou a sua carreira internacional que se destacou no âmbito das gravações em estúdio, sobretudo pelos discos gravados em Londres. Apesar de atuar por toda a europa, manteve-se sempre ligada a Portugal e ao público portuense. Foi um elemento essencial na fundação da Orquestra Sinfónica do Conservatório de Música do Porto, tendo liderado o naipe dos violoncelos na sua estreia em 1948. 

Suggia tinha dois violoncelos muito valiosos. Doou o seu violoncelo Stradivarius para ser instituído um Prémio em Londres para jovens violoncelistas da Royal Academy of Music e doou o seu violoncelo Montagnana para ser instituído um prémio semelhante no Conservatório de Música do Porto. 

Guilhermina Suggia faleceu no Porto em 1950, vítima de uma doença prolongada. A Casa da Música deu o nome de Suggia à sua Sala de Concertos principal e realiza o Prémio Internacional Suggia de dois em dois anos.    

                                                                                     Martim Pereira, fevereiro 2023 




Na música…   LUÍSA TODI 

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Luísa Todi nasceu em Setúbal, a 9 de janeiro de 1753 e morreu em Lisboa, a 1 de outubro de 1833, sendo, portanto, portuguesa de naturalidade e de nacionalidade. Luísa Todi insere-se na cultura ocidental, mais especificamente portuguesa. Esta figura notabilizou-se no canto lírico.  

Numa fase inicial do seu percurso artístico, dedicou-se ao teatro declamado. Contudo, a sua carreira artística seria marcada pelo seu desempenho na vida operática. Foi uma mezzo-soprano. Com apenas 16 anos, casou com o napolitano Francesco Saverio Todi (primeiro violinista da orquestra). Este terá contribuído para apurar os dotes vocais de Luísa, assim como o compositor italiano David Perez, também napolitano.  

Esta artista saiu de Portugal em 1777 para responder às crescentes solicitações da sua presença no estrangeiroA primeira estreia no estrangeiro foi em Londres, em   1777, no mesmo ano em que se ausentou de Portugal. Entre 1777 e 1789, construiu uma brilhante carreira internacional, numa grande diversidade de países: França; Suíça; Áustria; Alemanha; Países Baixos; Itália; Rússia... entre outros. 

Esta mezzo-soprano prestigiou e dignificou a cultura nacional, tendo deixado marcas indeléveis da sua presença no nome de ruas e praças de cidades portuguesas. Inspirou a criação do “Concurso Nacional de Canto Luísa Todi, uma competição de canto lírico. Desde 1990, é a única prova de canto lírico existente em Portugal e é organizada pela câmara municipal de Setúbal. Trata-se de uma competição bienal com uma importante ação na promoção de jovens cantores líricos nacionais, sendo o mais antigo e prestigiado certame de canto lírico a realizar-se em Portugal.  

“Quem esperar a perfeição na arte, não pode escolher mais belo modelo, publicou uma revista russa à época das apresentações feitas pela mezzo-soprano portuguesa. Luísa Todi encantou o público e a imperatriz Catarina II, a Grande, em São Petersburgo e nos grandes centros europeus. Os críticos não se cansavam de enaltecê-la, e assim declarou uma revista cultural francesa: “uma voz vasta, impressionante, e, ainda, “transformou a sua voz em lágrima, e todo o teatro chorava. O seu talento ultrapassou claramente os limites dos palcos, por onde a sua voz marcante arrancou aplausos e suspiros.   

                                                                               

   Leonor Pais, fevereiro 2023 

 



Nas artes plásticas…   FRIDA KAHLO 


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Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón que é conhecida por todos como Frida Kahlo era uma pintora mexicana que era conhecida pelos seus autorretratos, retratos e obras inspiradas na natureza mexicana. 

Frida nasceu a 6 de julho de 1907 em Coyoacán e morreu a 13 de julho de 1954 também em Coyoacán, México. 

Quando criança, Frida contraiu poliomielite, doença que acabou por deixar sequelas. Sofreu também um acidente grave, no México, em que fraturou as costelas, as pernas e o osso pélvico, o que, curiosamente, levou à sua entrada no mundo das artes.  

Os interesses de Kahlo na arte e na política levaram-na à fase na sua vida invulgar. Frida juntou-se ao Partido Comunista Mexicano (PCM) onde foi apresentada a um círculo de ativistas.  

Frida Kahlo é uma das figuras femininas mais reconhecidas no mundo Ficou conhecida por desafiar os estereótipos de género, recusando-se, por exemplo, a alterar os seus traços “masculinos”, como o seu bigode fraco, representando-o também nos seus autorretratos onde exagerava esse tipo de traços. Era abertamente bissexual, pintou mulheres reais e experiências reais e acima de tudo foi muito reconhecida pela sua determinação. 

Carolina Barbosa, fevereiro 2023

                        



Na literatura…   CHARLOTTE BRONTË 


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Charlotte Brontë nasceu a 21 de abril de 1816 em Yorkshire, Inglaterra, onde morreu em 31 de março de 1855. Passou a maior parte da sua vida no seu país de origem. Uma entre seis irmãos, mostrou-se criativa, ainda com poucos anos de idade, sendo hoje principalmente conhecida pela sua obra Jane Eyre. Jane Eyre é um romance que se pensa ter derivado, em parte, da experiência da autora, podendo esta ter recorrido, na sua escrita, a aspetos da sua vida, como a sua história académica.  

Brontë escreveu outras obras e compôs poesia, tendo a sua obra sido significativa para a literatura vitoriana. Foi também importante, socialmente, devido à sua influência na perceção da mulher – em Jane Eyre, é retratada, na primeira pessoa, a perspetiva de uma figura feminina cujas circunstâncias e modo de agir poderiam ser considerados pouco convencionais no contexto histórico em que se inserem.  

Os contributos de Charlotte Brontë ainda são sentidos na atualidade, tanto na literatura e expressão artística que os seguiram como nos valores morais e sociais que prevalecem.  

Mariana Passos, fevereiro 2023

 



Na literatura…   EMILY DICKINSON 


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Emily Elizabeth Dickinson foi uma poetisa americana que nasceu a 10 de dezembro de 1830 em Amherst, Massachussets, e faleceu em 1886 de nefrite (doença caracterizada por uma inflamação dos rins). 

Existem poucos factos da vida da poetisa, que ficou conhecida como a “Grande Reclusa”, seja porque após o período de estudos foi morar com os pais e a irmã, seja pelo facto de que nunca foi casada e era considerada uma pessoa extremamente solitária. 

Foi neste ambiente de reclusão que Emily começou a dedicar-se à escrita, sempre enclausurada em casa e à margem dos movimentos literários comuns daquela época. É importante que se diga que este comportamento de Emily, na época ainda reclusa do seu próprio quarto e total desconhecida do público, se conciliava com o modelo de conduta feminina que era celebrado no Massachussets de Oitocentos. Foi apenas depois da sua morte que familiares encontraram mais de 1750 poemas escritos por ela. Emily Dickinson, em toda sua vida, não publicou mais do que dez poemas, algumas vezes anonimamente, e teve sua numerosa obra reconhecida só após a morte. 

Emily Dickinson como figura do feminismo: 

Na época em que Emily viveu as mulheres tinham de cumprir o papel de meras coadjuvantes, adequando-se ao padrão feminino imposto pela sociedade. Porém, nos anos de 1960, o movimento feminista redescobriu as suas obras e foi possível expor um valioso material que testemunha a opressão das mulheres daquela época. Alguns biógrafos apontam que até mesmo pelo facto de ter publicado pouco, Emily não se terá sentido como parte daquele cenário imposto, o de uma certa rejeição pela sociedade. A sua obra pode ser vista sob a ótica de uma mulher que criou o seu próprio jeito de se expressar no meio do isolamento. Talvez por isso a sua obra seja considerada tão única e sensível e, também por isso, o seu nome é citado como uma das mais importantes escritoras norte-americanas de todos os tempos. 

Alguns dos poemas de Emily: 

«Porque eu não poderia parar para a morte»; «Noites selvagens, noites selvagens»; «Não sou ninguém! Quem és tu?»; «Sozinha não posso estar»; «Antes de arrancar o meu olho». 
           Emily Dickinson nos ecrãs: 

Acerca de Emily foi criada uma série televisiva - «Dickinson» - no ano de 2019 em que a premissa é basicamente a história de vida de Emily - a luta de uma mulher para fazer a sua voz ser ouvida. 

«Dickinson» passa-se durante a época em que a poetisa viveu, reconstituída com uma sensibilidade e tom modernos. Leva os espectadores ao mundo de Emily, explorando audaciosamente as restrições da sociedade, do género e da família, na perspetiva de uma escritora iniciante que não se encaixa no seu próprio tempo através de seu ponto de vista imaginativo. 

A série é protagonizada por Hailee Steinfeld como Emily Norcross Dinckinson. 

 

                                                                          Leonor Monteiro, fevereiro 2023




Na literatura…   VIRGÍNIA WOOLF 


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Virginia Woolf, nascida Adeline Virginia Stephen, foi uma editora inglesa e uma das principais escritoras modernistas do século XX, conhecida por apresentar questões políticas, sociais e feministas nas suas obras.   

Nascida a 25 de janeiro de 1882 em Londres, filha de Julia Stephen e Leslie Stephen, Virginia foi criada numa família da alta sociedade londrina tendo assim uma ótima educação e acesso ao mundo literário desde muito cedo. Em 1912, casou-se com o crítico Leonard Woolf de quem herdou o sobrenome e com quem fundou a editora Hogarth Press em 1917. 

The Voyage Out, lançado em 1915, marca o início da sua carreira como romancista, mas só dez anos depois é que obtém reconhecimento como escritora reputada com o seu romance modernista “Mrs Dalloway” que passa a ser considerado um dos seus maiores êxitos. Nesta obra a escritora faz uma crítica à sociedade patriarcal inglesa da época e à dificuldade de as mulheres conseguirem conquistar o seu espaço por não terem acesso à educação e pela opressão que sofrem por parte dos homens.  

Durante a sua carreira publicou nove romances, sete contos, duas biografias, catorze ensaios, sete diários, onde obras como The wavese “A Room of One's Own se destacaram. Como autora modernista que foi, as suas obras apresentam, entre outras, características tais como a reflexão sobre o papel social da mulher, críticas sociais, revisão histórica, questões de género e identidade, análise psicológica, caráter irónico e metafórico.  

Virginia Woolf é atualmente considerada uma personagem histórica por ter desenvolvido um papel de grande importância, não só no âmbito literário, como também no âmbito da política. No campo literário, a autora foi inovadora ao criar romances centrados no monólogo interior e na reflexão existencial e, a nível político, foi membro do Grupo de Bloomsbury, tendo-se afirmado como uma das principais feministas e, considerada por muitos, uma das mulheres mais inteligentes do século XX. Os seus ensaios e romances reflexão sobre o lugar ocupado pela mulher na sociedade, inspirando e motivando os seus leitores nomeadamente as mulheres. 

A escritora manifestava um historial de crises depressivas que se demonstraram frequentes ao longo de toda a sua vida, supõe-se que por conta da perda dos pais quando ainda era jovem e por abusos que sofreu na infância. Este perfil depressivo tê-la-á levado a cometer suicídio no rio Ouse, em 28 de março de 1941.  

Escolhi-a como mulher notável pela sua determinação em promover a mudança social e pelo espírito de liderança para com as na reivindicação dos seus direitos, o que conseguiu através das suas 

palavras e conhecimentos que inspiraram muitos. 

Ana Gabriela Moreno, fevereiro 2023 

                                                                                                      



No desporto…   VANESSA GOMES 

                                                        
 

Vanessa Gomes, nascida a 15 de agosto de 1987, foi a primeira mulher portuguesa na história do futebol profissional masculino português a arbitrar um jogo.  

A sua estreia revolucionária para o futebol português foi feita no dia 8 de setembro de 2020 num jogo do Estoril praia contra o Arouca, onde foi árbitra assistente, com igual função dos árbitros homens. Depois de 17 anos desde que se estreou na arbitragem, Vanessa fez história neste dia, mesmo sem público a assistir devido à pandemia.  

A árbitra foi homenageada e recebeu da diretora executiva de competições da Liga, Helena Pires, a bola oficial da prova por todos os jogadores dos dois clubes. 

Vanessa Gomes desistiu da sua primeira escolha de área académica e profissional, a psicologia, para se tornar árbitra e uma mulher notável do futebol português e da sociedade, ao mostrar a importância da igualdade de género. Atualmente, é internacional e assistente na II Liga 

Vanessa mostrou ao mundo do futebol que não é preciso ser um homem para arbitrar um jogo de futebol masculino, ao contrário do que muitos pensam, e abriu a porta a outras mulheres, como Cátia Tavares e Olga Almeida que foram escolhidas para auxiliar o Cova da Piedade – Mafra e o Vizela – Oliveirense, respetivamente. 

                                                    

Beatriz Carvalho, fevereiro 2023 





No desporto…   PATRÍCIA MAMONA 

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            Ao longo dos últimos anos e décadas, temos vindo a assistir à emancipação feminina, sendo esta possível muito graças a certas figuras incontornáveis. Nesse aspeto, houve e ainda há muitas mulheres que alteram significativamente o papel e a importância da mulher, nas distintas áreas. Uma delas é portuguesa e chama-se Patrícia Mbengani Bravo Mamona. A mulher à qual me refiro destaca-se no desporto estando ainda em atividade.  

Nascida a 21 de novembro de 1988, Patrícia Mamona tem também origens angolanas e é uma consagrada atleta, mais especificamente de triplo salto. Esta é a desportista portuguesa (feminina) mais relevante e mais conhecida a nivel internacional, devido aos títulos internacionais variados que detém no seu currículo (medalhas olímpicas, medalhas em campeonatos da Europa, etc.).  

Desde que chegou ao nosso país já representou dois clubes, sendo eles a Juventude Operária do Monte Abraão que representou até 2010 e o Sporting Clube de Portugal que representa desde a data em que findou o anterior contrato. 

Devido aos seus grandes feitos como a conquista de mais de 10 medalhas internacionais, a conquista de diversos titulos nacionais e o establecimento de um novo recorde nacional (15,01 m), Patricia Mamona recebeu o grau de Grande-Oficial da Ordem do Mérito. 

A cor de pele da atleta acabou por tornar-se um motivo para esta ser discriminada, mas, apesar das diversas situações de racismo por que passou, respondeu da melhor maneira com ótimos resultados desportivos sendo também por isso um exemplo de superação. 

Na minha opinião, apenas comparável com Telma Monteiro, Patrícia Mamona é das mulheres desportistas mais faladas no nosso país muito como consequência dos seus excelentes resultados. Ela mostra que as mulheres também conseguem apresentar resultados de elevada qualidade no desporto (das áreas com mais desigualdade de género), sendo, em meu parecer, um ótimo exemplo para todas as mulheres, principalmente as mais novas, que praticam desporto na nossa nação.

Tiago Vieira, fevereiro 2023 

 

                                                            



Na ciência…   MARIE CURIE 


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Marie Curie, dizia: "A vida não é fácil para nenhum de nós. Temos de ter persistência e, acima de tudo, confiança em nós mesmos.” Marie Curie, descobriu o Polónio e o Rádio, foi a primeira mulher a fazer doutoramento em França, foi a primeira pessoa a receber o prémio Nobel duas vezes (um em Física, ao demonstrar a existência da radioatividade natural em 1903, e o outro em Química, pela descoberta de dois novos elementos químicos em 1910). Enfrentar e superar barreiras, com competência e brilhantismo, foi a sina de Marie Curie durante toda a sua vida. Sendo um grande exemplo como cientista, mostrou ao mundo o valor intelectual e a riquíssima contribuição que as mulheres podem fornecer à ciência, valor intelectual que era, outrora, sempre atribuído aos homens.  

Vivendo num país dominado pela Rússia czarista, que não permitia de forma alguma o acesso das mulheres à educação formal, Marie Curie, por diversas vezes, montou grupos de estudos clandestinos para poder estudar e promover o conhecimento de outras pessoas.  

Marie Curie nasceu em 7 de novembro de 1867, na cidade de Varsóvia. Seu nome de batismo era Maria Sklodovska e era filha de um casal de professores. Sua mãe morre quando Marie tinha 11 anos de idade. Nascida num lar em que a ciência era o centro da vida da família, Marie Curie sempre se interessou pelo conhecimento e, com a intenção de produzi-lo, desejava seguir a carreira universitária. Em 1891, com a ajuda financeira do pai, Marie Curie conseguiu mudar-se para Paris, e integrou o curso de licenciatura em Física da Faculté de Sciences, que concluiu em 1893. Em 1894, ela conclui também o curso de Matemática. Em 1894, como estudante, conheceu o professor de Física Pierre Curie, com quem se casou um ano depois. Os dois tiveram duas filhas, Éve e Irène. Ela ensinou às filhas a língua polaca e levava-as em visitas à Polónia. O casal tornar-se-ia “Os Curie”, como se fossem uma só pessoa e juntos realizaram grandes descobertas. 

A descoberta da radioatividade por Becquerel em 1896 inspirou os Curie que, em 1898, apresentam ao mundo científico a descoberta de dois novos elementos químicos, o polónio e o rádio, dando início ao estudo da radioterapia. Nomearam o primeiro elemento químico que descobriram como o polónio, em homenagem ao país natal de Marie. 

Marie compartilhou o Prémio Nobel de Física de 1903 com o seu marido, Pierre Curie, e com o físico Henri Becquerel e, em 1911, também ganhou o Prémio Nobel de Química. As suas realizações incluem, para além da descoberta do polónio e do rádio, o desenvolvimento da teoria da “radioatividade”, técnicas para isolar isótopos radioativos. Sob a sua direção, foram conduzidos os primeiros estudos para o tratamento de neoplasias usando isótopos radioativos. Marie Curie fundou o Instituto Curie em Paris e o seu congénere de Varsóvia, que continuam sendo grandes centros de pesquisa médica. Durante a Primeira Guerra Mundial, ela desenvolveu unidades de radiografia móvel para fornecer serviços de raio-X a hospitais de campanha.  

Toda a dedicação de Marie Curie à Ciência teve, no entanto, um preço: após anos em contacto com materiais radioativos, sem nenhuma proteção, depara-se com uma grave e rara doença hematológica, conhecida hoje como leucemia. Marie Curie faleceu perto de Sallanches, França, no dia 4 de julho de 1934, aos 66 anos, de anemia aplástica, causada por exposição à radiação durante as suas pesquisas e o seu trabalho em hospitais de campanha. 

E será sempre lembrada como a mulher que fez história no mundo da Ciência! 

 

Maria Leonor Pereira, Nicole Soares e Pedro Bladh, fevereiro 2023





Na ciência…   ROSALIND FRANKLIN 

 

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Rosalind Franklin, nasceu em 25 de julho de 1920 em Londres e faleceu em 16 de Abril de 1958 na mesma cidade. Nascida numa notável família judaica britânica, Franklin foi educada numa escola particular em Norland Place, no oeste de Londres e tornou-se uma química que contribuiu para o entendimento das estruturas moleculares do DNA, RNA, estrutura do vírus, carvão mineral e grafite. Embora os seus trabalhos sobre o carvão e o vírus tenham sido apreciados ainda durante a sua vida, as suas contribuições para a descoberta da estrutura do DNA tiveram amplo reconhecimento apenas a título póstumo.  

Felizmente, a British Coal Utilisation Research Association (BCURA) ofereceu-lhe o cargo de pesquisadora em 1942 e então ela começou o seu trabalho com o carvão, o que a levou à conquista de um Ph.D. em 1945. Em Paris, em 1947, trabalhou como chercheur (pesquisadora pós-doutoral) sob orientação de Jacques Mering, no Laboratoire Central des Services Chimiques de l'Etat, onde se formou como cristalógrafa de raios-X. Em Birkbeck, John Desmond Bernal, presidente do departamento de Física, ofereceu-lhe uma equipa de pesquisa separada. No entanto, Franklin é mais conhecida pelo trabalho com imagens da difração de raios-X do DNA, realizado no King's College, em Londres, trabalho esse que levou à descoberta da dupla hélice do DNA, em que James Watson, Francis Crick e Maurice Wilkins compartilharam a Prémio Nobel de Fisiologia ou Medicina em 1962. Depois de terminar o seu trabalho com DNA, Franklin liderou o trabalho pioneiro em Birkbeck sobre as estruturas moleculares dos vírus. Aaron Klug, membro da sua equipa, continuou esta sua pesquisa, ganhando o Prémio Nobel de Química em 1982.  

Escolhi esta mulher tão notável pois ela fez descobertas científicas muito importantes para o nosso dia a dia, e para a qualidade de vida da humanidade. 


                                                                         Margarida de São Miguel, fevereiro 2023




Na ciência…   JANE GOODALL 

 

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Jane Goodall nasceu a 3 de abril de 1934 em Londres. Desde pequena que mostrava uma grande paixão por animais e pela natureza. Depois de terminar o ensino secundário, estudou secretariado e trabalhou em part-time como empregada de mesa. 

Em 1957 partiu para Nairobi, Quénia, onde o antropólogo Louis Leakey, que estava a realizar um estudo sobre gorilas e as semelhanças entre estes e os seres humanos, a contratou como secretária. A sua função era organizar as notas do antropólogo e enviá-las para o Museu de História Natural de Londres. Mais tarde, Louis resolveu envolver Jane no próprio estudo e recrutou-a para um projeto semelhante, mas com chimpanzés, na Reserva Natural de Gombe, Tanzânia.   

Assim, Jane iniciou um trabalho que durou mais ou menos 4 décadas. Após 3 meses de observações, descobriu, por exemplo que os chimpanzés são omnívoros, tal como os humanos. Umas semanas mais tarde, observou um chimpanzé a construir uma espécie de pá para escavar a terra: foi a primeira vez que se registou um animal não racional a preparar uma ferramenta.. 

E assim sucessivamente, Jane foi descobrindo cada vez mais sobre esta espécie. Começou a ser procurada por jornalistas para fazerem reportagens sobre as suas pesquisas e, em 1965, decidiu licenciar-se em etologia na Universidade de Cambridge, de modo a conseguir obter melhores resultados e mais reconhecimento.  

Além disso, fundou o Instituto Jane Goodall e o programa Roots and Shoots, trabalha na conservação e bem-estar dos animais e viaja pelo mundo dando várias palestras. Em 2002 foi escolhida como mensageira da paz das Nações Unidas. Também recebeu vários prémios pelo seu trabalho ambiental e humanitário. 

Para mim, Jane Goodall, é uma mulher notável, uma vez que é considerada mundialmente a maior estudiosa em chimpanzés, tendo contribuído para um avanço significativo nesta área. 

                                                                                     Sofia Rodrigues, fevereiro 2023 





Na ciência…   ADA LOVELACE 

 

 


Ada Lovelace é uma matemática inglesa, ilustre na área relativa à ciência de computadores. Apesar do seu trabalho nunca ter sido colocado em prática enquanto viva, a sua descoberta deu à luz o conceito de programação adotado até aos dias de hoje.  

Nascida em 1815, filha de Anne Milbank e do poeta renomeado, Lord Byron, esteve em contacto com a matemática, tal como com a música, desde criança. Já em 1833 conheceu Charles Babbage, autor da obraThe Analytical Engine". Lovelace imediatamente se destacou, ao adicionar diversas anotações na sua tradução de um artigo acerca de tal máquina, que enquadra a estrutura de um algoritmo. Para além disso, encontrou a relação entre cálculos e instruções, sobre as quais pondera a possibilidade de realizar operações, não só em números. Deste modo, também aborda um sistema de propósito geral, cujo proporciona inúmeras tarefas, como por exemplo a execução de notas musicais.  

Morre precocemente em 1852 no distrito de Marylebone, Londres. A fim de a homenagear, o seu nome foi atribuído a uma linguagem de programação (Ada). Atualmente, todas as segundas terças-feiras de outubro celebra-se o dia de Ada Lovelace. Este evento celebra os contributos das mulheres na ciência, tecnologia, engenharia e matemática.


                                                                               Gonçalo Guimarães, fevereiro 2023 





Na ciência…   Sally Ride 


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Sally Kristen Ride, nascida a 26 de maio de 1951 em Los Angeles e falecida a 23 de junho de 2012 (aos 61 anos) em La Jolla, foi uma astronauta dos Estados Unidos e a primeira mulher americana a viajar no espaço. 

Ride formou-se em física e em Inglês na Universidade de Stanford. Em 1978, ela foi uma das 8 mil mulheres que responderam a um anúncio da NASA, para selecionar o primeiro grupo de astronautas femininas do programa espacial norte-americano e completou o curso de qualificação com mais cinco mulheres em 1979. Para a sua aprendizagem, atuou como CAPCOM (o comunicador com a nave e a tripulação em voo direto, de Houston) na segunda e terceira missão do vaivém espacial, ajudando a desenvolver o braço robótico canadense acoplado ao espaço de carga do vaivém espacial. 

Em 18 de junho de 1983, Ride entra na história como primeira americana a subir ao espaço, como integrante da tripulação da Challenger, na missão STS-7, que colocou em órbita dois satélites de comunicação. Realizou experimentos farmacêuticos e colaborou na colocação de um satélite em órbita no espaço e no retirar de um outro, avariado, para dentro do vaivém espacial. 

Depois do seu segundo voo, no ano seguinte, Ride passou a acumular 343 horas de permanência no espaço. Quando treinava para uma terceira missão ocorreu um acidente que destruiu a Challenger, matando a sua colega Resnik e, como consequência, paralisando o programa espacial americano por quase três anos, impedindo-a de voar mais uma vez. 

Em 1987, depois de se ter tornado um exemplo para todas as mulheres americanas que desejavam ser astronautas ela deixou a NASA para trabalhar na sua alma mater, a Universidade de Stanford, lecionar física na Universidade da Califórnia e comandar o Instituto Espacial da Califórnia. Em 2003, foi convidada para fazer parte da equipa de investigação das causas da tragédia com a nave espacial Columbia, tornando-se a única astronauta a participar das duas investigações - dos acidentes da Challenger e da Columbia. 

Sally morreu a 23 de julho de 2012, na sequência de um cancro do pâncreas. Foi casada com o também astronauta Steven Hawley. De 1985 até à sua morte viveu com a Dra. Tam O'Shaughnessy, relacionamento revelado somente no seu obituário e confirmado pela sua irmã.  

                                                                                 Josué Ribeiro, fevereiro 2023 





Na ciência…   MARILYN SAVANT 

 

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Marilyn Mach vos Savant nascida a 11 de agosto de 1946 na cidade de Sant Louis no Missouri, Estados Unidos da América, é conhecida como a mulher mais inteligente do mundo. Marilyn vos Savant tem um QI de 228, sendo uma das pessoas mais inteligentes que passou pelo planeta Terra. Marilyn nasceu numa família de mineiros e desenvolveu ao longo da sua infância um fascínio pela ciência e pela matemática. Mais tarde estudou filosofia na Washington University de Sant Louis, mas acabou por saír dois anos depois para se juntar ao negócio da família. Na infância de Marylin, por volta dos dez anos, ela descobriu que tinha a capacidade cognitiva de uma pessoa de vinte e dois anos. Ora, na altura em que este acontecimento ocorreu, acreditava-se que as mulheres não eram capazes de fazer quase nada e Marylin refere este facto numa entrevista ao programa “Full Frame. 

O que é QI? Marylin esclarece esta dúvida numa entrevista dada ao “Joe Franklyn Show” dizendo que o QI mede a capacidade de utilizar a inteligência, diz até que é a capacidade de utilizar uma pequena porção do cérebro pois, na altura, acreditava-se que o ser humano só era capaz de usar, mais ou menos, 8% do seu cérebro. 

Marylin escreveu vários livros mas não foi sempre assim. Antes de escrever os seus próprios livros ela escrevia para a Parade magazin respondendo a perguntas sobre vários temas e resolvendo puzzles, sendo um desses puzzles o “Monty Hall Problem. O Monty Hall Problem consistia em três portas nas quais uma tinha um carro de sonho e nas outras duas teria uma cabra e, basicamente, a pessoa que estaria a jogar esse jogo, deveria escolher uma das portas. 

 Marylin escreveu livros como: “Ask Marylin”, “The power of logical thinking”, “Brain building in only 12 weeks”. Para a sociedade da altura, em 1990, uma mulher ser considerada um génio e ainda para mais a pessoa viva mais inteligente do mundo era algo inesperado e improvável. Ora, isso acabou por ser inspirador para a sociedade e, mais especificamente, para as mulheres. 

Marylin deixou a sua marca pois convida as pessoas a pensar em puzzles e a desenvolverem a sua cultura geral e, acreditando no potencial dos outros, acha também que existem mais pessoas com um nível de QI como o dela. Esta atitude de que não é a única com um nível de QI muito elevado, inspira muitas pessoas a fazerem o melhor que podem para se tornarem um génio. 

                                                                                  Vasco Alves, fevereiro 2023 





Na política…   HELEN D’ANJOU 


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Esta mulher não se limitou ao papel típico de mãe e esposa de uma mulher medieval, mas também foi uma rainha que influenciou a política interna e externa do Estado a tal ponto que deixou uma marca significativa em toda a história sérvia.  

Helen D'Anjou nasceu em 1237 e morreu no dia 8 de fevereiro, em Skadar e foi a única mulher na Idade Média, na Sérvia, a quem foi dedicada uma biografia escrita pelo arcebispo Danilo II, apenas três anos após sua morte em 1317, o que salvou esta mulher incrível do esquecimento. 

A rainha Jelena de Anjou, esposa de Uroš I, deixou uma grande marca na história sérvia. Ela era a primeira mulher na literatura sérvia a quem foi dedicada uma hagiografia e que recebeu um culto da Igreja.  Ela foi a fundadora de um mosteiro e foi declarada santa. 

As origens dela sempre foram misteriosas. O arcebispo Danilo II sempre alegou que Helen era de origem francesa. O rei de Nápoles, Carlos D'Anjou, chamava-lhe "querida prima". 

De acordo com o seu próprio desejo, a rainha sérvia foi enterrada no mosteiro de Gradac, e o funeral contou com a presença não apenas de dignitários espirituais e família, mas também de um grande número de cidadãos que essa mulher incrível ajudou em suas vidas. 

A Igreja Ortodoxa Sérvia canonizou Helen D’Anjou três anos após sua morte e o seu dia no calendário ortodoxo é comemorado em 12 de novembro, juntamente com seus filhos St.  Rei Milutinus e Venerável Theoctistus. 

Seu legado é grande, portanto não é surpreendente que a rainha Helen, esposa do Dušan o Forte, Helen D’Anjou seja a mulher mais frequentemente retratada na pintura a fresco da Sérvia medieval. 

Quando Uroš morreu, Jelena recebeu o controle de Zeta, Trebinje, Plav e Gornji Ibar e continuou a ostentar o título de rainha sérvia mesmo depois de 1276, ao lado da esposa de Dragutin, Katalina.  Ela foi coroada como uma “grande rainha” em 1282 em Đurđevi Stupovi. 

Durante o seu reinado, ela construiu principalmente igrejas católicas em Bar, Skadar, Ulcinj e Kotor, mas seu maior legado foi o mosteiro Gradac em Ibar, construído em 1270. 

Esta mulher inovadora era respeitada tanto por ortodoxos quanto por católicos, pois durante o reinado de seu marido ela tomou medidas que até contrariaram a vontade do rei sérvio.  Apenas um exemplo é a carta ao duque de Dubrovnik Ivan Storlat e ao arcebispo Aleardo, na qual Helen se compromete, avisando-os de que seu marido, o rei sérvio Uroš, que travou guerras contra a República de Dubrovnik em várias ocasiões, estava preparando um exército para atacar Dubrovnik. E, efetivamente, ela informou o duque a tempo.  

Jelena contribuiu significativamente para o desenvolvimento cultural do estado medieval sérvio.  Ela foi uma das pessoas mais importantes da época, educada a ponto de falar várias línguas, foi a primeira a ter uma biblioteca privada na corte e incentivou ativamente a cópia de livros, nos mosteiros  

Ela não se preocupou muito com a posição tradicional das mulheres, nem se limitou à casa e a dar à luz um herdeiro, mas usou sua posição para influenciar as políticas internas e externas do Estado da época.  Uma das inovações “incomuns” dela foi a fundação da primeira escola para meninas na Sérvia medieval, por meio da qual ela colocou meninas pobres sob sua proteção, ensinou-as, educou-as e depois casou-as com um dote.     

         

                                                                           Andrej Savic, fevereiro 2023 





Na política…   CHRISTINE LAGARDE 




Christine Lagarde, nasceu dia 1 de janeiro de 1956 em Paris, tendo neste momento 67 anos. É advogada, executiva e política francesa. Licenciou-se em Inglês, em Direito Social, em Direito Comercial e em Direito do Trabalho na Universidade de Paris. Christine Lagarde foi a primeira mulher a presidir à empresa “Baker & MC Kenzie” (escritório internacional de advocacia fundado em Chicago em 1949) entre 1999 e 2004. Entre 2005 e 2007 foi ministra do Comércio Exterior. Entre maio e junho de 2007 foi ministra da agricultura e pesca e foi ministra da economia, das finanças e do emprego desde 19 de junho de 2007 até 29 de junho de 2011.  

Christine Lagarde apresentou, em 25 de maio de 2011, a sua candidatura à direção do Fundo Monetário Internacional (FMI) e no dia 28 de junho foi eleita, garantindo o lugar de primeira mulher na direçã  do FMI.  Desde novembro de 2019, ocupa o cargo de presidente do Banco Central Europeu. 

No governo implementou reformas económicas liberais, tais como a liberalização do mercado de trabalho, a redução do imposto sucessório e um plano de austeridade para os serviços públicos, mesmo não se tendo formado em Economia. 

Em 2018 e 2020 foi classificada como número três na lista das 100 mulheres mais poderosas do mundo pela “Forbes” (revista dos EUA). Foi-lhe atribuída a insígnia de Comandante da Ordem Nacional de Mérito por Emmanuel Macron em fevereiro de 2022.  


                                                                                   Marta Cardoso, fevereiro 2023 






Na política…   LOCUSTA 


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Locusta viveu no sec. X e nasceu em Gaul, atualmente França. Era uma mulher branca, de estatuto pobre, o que mais tarde fez com que fosse levada para Roma como escrava, onde conseguiu ganhar fama pela sua habilidade incomum com venenos e toxinas naturais, que tinha adquirido graças à sua vida humilde nos campos e florestas de Gaul. 

Locusta era muito dedicada ao estudo de plantas, tanto venenosas como medicinais, o que a tornou muito bem vista pelos políticos mais poderosos de Roma. Ela teve uma vida atribulada e começou o seu papel significativo na política de Roma quando foi contratada por Julia Agrippina, para matar o seu marido imperador com esperança de que Nero, o seu filho, subisse ao poder. 

Assim sucedeu, acabando Locusta na cadeia por matar o imperador. Mas, mais tarde foi salva por Nero que nutria uma enorme admiração pela mulher e pelos seus conhecimentos. 

Posteriormente, tornou-se cúmplice de Nero e matou os seus oponentes, incluindo Tiberius Claudius Caesar Brittanicus, irmão de Nero, que estava a ganhar reconhecimento político e a tornar se uma ameaça ao poder deste último. Locusta faleceu com 69 anos, na sequência do suicídio de Nero, pois perdeu a sua relevância política por causa da morte do seu aliado.  

Locusta foi uma mulher independente que treinou muitas outras mulheres ensinando-lhes as artes dos opióides e outras toxinas que podiam ser usadas para se defenderem e não só. Ela foi muito relevante em Roma, historicamente e politicamente, e o nome dela devia ser mais conhecido pois ela protagonizou acontecimentos sociais e políticos que foram determinantes historicamente. Locusta destacou-se pela sua atuação criminosa, ao serviço de quem detinha um poder reconhecido como legítimo pelos seus contemporâneos. Foi instrumentalizada por estes poderosos que triunfaram e escreveram a história coletiva, como consequência do seu trabalho “sujo”.  

Eu admiro esta mulher pela sua inteligência e autoconhecimento, pois ela praticava o mitridatismo (imunização contra certos venenos, adquirida pela ingestão dos mesmos em doses gradualmente...) dos seus próprios venenos, para aprender.  

Será que poderemos considerá-la uma das primeiras feministas? Pois que, na altura, não dependeu de nenhum homem para chegar ao poder, tendo-o conseguido por cumplicidade com uma outra mulher, também ela uma protagonista política num mundo exclusivamente masculino. 

Ou será que devemos utilizar Locusta como um estudo de caso daquelas personagens históricas que, por processos tenebrosos, manipulam na sombra a vida de nós todos? 

 

                                                                                      Benedita Costa, fevereiro 2023 






Na política…   MICHELLE OBAMA 

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Michelle LaVaughn Robinson Obama, Nascida a 17 de janeiro, no ano de 1964, é uma advogada norte americana, mas é maioritariamente conhecida por ser mulher de Barack Obama, (presidente dos E.U.A. entre os anos de 2009 a 2017). 

Nascida em Chicago, Michelle Obama era filha de Fraser Robinson III e Marian Shields Robinson, tendo a sua casa na Euclid Avenue na comunidade de South Shore (também em Chicago). Mais tarde, Michelle entrou na Whitney Young high school (a primeira escola magnata de Chicago), onde fez os quatro anos de ensino médio, estando sempre em quadro de honra. Durante o período de tempo em que estudou na Whitney Young high school, Michelle foi membro da National Honor Society, teve altas colocações avançadas nas aulas e serviu como tesoureira do conselho estudantil.  

Mais tarde, Michelle prosseguiu com os seus estudos, graduou-se em Princeton em 1983, e posteriormente, obteve o seu “júris Doctor”, grau da Haravrd Law School, em 1988.   

Michelle sempre foi um exemplo de grande influência nos E.U.A., pois além do trabalho e da família, promoveu ou apoiou várias causas importantes tais como promover uma receção da Casa Branca para a defesa do direito das mulheres, o apoio às famílias militares, apoiou o movimento orgânico que defendia o uso de mais alimentos orgânicos para realizar as refeições, entre muitas outras  

Para promover mais a sua imagem e a sua personalidade, Michelle visitou vários locais de serviços a cidadãos tais como hospitais, gabinetes de apoio, escolas ou casas de acolhimento, coisa que promoveu bem a sua imagem e que mostra também a pessoa que é. Como Primeira-dama dos E.U.A. Obama foi inteligente pois usou a sua visibilidade para expor e tratar de problemas que são muito recorrentes no seu país e de que a mesma sofreu durante a sua vida tais como o racismo e o machismo.  

Michelle, ao falar destes assuntos, por ter uma grande visibilidade, conseguiu mudar muita coisa enquanto primeira-dama e é por isso que é considerada uma mulher tão notável e também por isso tem um grande nome na história. 

Afonso Baldaque, fevereiro 2023


                                                                                              

 



Na política…   GRETA THUNBERG 


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Greta Thunberg nasceu a 3 de janeiro de 2003 (tem 20 anos) em Estocolmo, na Suécia. É sueca, e a sua família tem uma grande ligação às artes: a sua mãe é cantora e o seu pai é ator. Foi diagnosticada com síndrome de Asperger e, embora reconheça algumas dificuldades por causa de seu diagnóstico, diz que, dependendo das circunstâncias, "ser diferente é um superpoder”. É vegetariana e ativista pelo direito dos animais. 

Greta Thunberg é uma jovem ativista sueca que ficou conhecida em 2018 por realizar protestos contra os danos climáticos, junto ao parlamento sueco. Tornou-se uma inspiração e uma liderança para milhares de estudantes no seu país, que passaram a reivindicar medidas de proteção à natureza e a fazer manifestações pelo clima. 

O ativismo de Thunberg começou depois de convencer os seus pais a adotar estilos de vida que reduzissem a sua própria pegada ecológica. Em agosto de 2018, Thunberg ausentava-se das aulas para protestar, junto do parlamento sueco, exigindo ações, por parte dos políticos do seu país, para mitigar as mudanças climáticas. Thunberg e milhares de estudantes que começaram a segui-la fizeram manifestações pelo clima em diversos países, chamadas “Sextas para o Futuro”. Depois de ter discursado na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática de 2018, aconteceram greves estudantis, todas as semanas, em algum lugar do mundo.  

Em Londres, em outubro de 2018, escreveu a “Declaração de Rebelião” organizada pelo Extinction Rebellion, um movimento político-social que utiliza formas não violentas sob o argumento de chamar a atenção sobre as ações governamentais, em diversos países, no combate às mudanças climáticas, e como crítica aos parlamentos nacionais. Disse: "Estamos enfrentando uma crise sem precedentes que nunca foi tratada como uma crise e os nossos líderes estão a agir como crianças. Nós precisamos de acordar e mudar tudo". 

Thunberg e sua campanha foram bastante criticadas por políticos e outros, que variam entre ataques pessoais e alegações de que ela simplifica demais questões complexas. 

Greta recebeu muitos prémios, entre eles: Prémio Nobel da Paz, Mulher Sueca do Ano, Prémio Embaixador de Consciência, Prémio do Meio Ambiente do Conselho Nórdico, Prémio Gulbenkian para a Humanidade, entre outros. 

                                                                                      Zahra Soares, fevereiro 2023 






Nos direitos civis…   LINDA MARTÍN ALCOFF 


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Linda Martín Alcoff foi uma mulher notável, nascida em 25 de julho de 1955, no Panamá. Ela destacou-se em diversas áreas: epistemologia, filosofia, feminismo, teoria racial crítica. É professora de filosofia no Hunter College e no Graduate Center, CUNY e foi presidente da American Philosophical Association. Em 2018, foi nomeada presidente do conselho de administração da Hypatia, Inc., a corporação sem fins lucrativos proprietária da revista de filosofia feminista Hypatia 

Escreveu diversos livros e colaborou com The New York Times, Aeon, NY Indypendent . Os livros mais destacados da autora foram: Rape and Resistance, O futuro da brancura e Visible Identities: Race, Gender and the Self (2006), em que ganhou o Frantz Fanon Award. Linda editou 11 livros, incluindo The Routledge Companion to the Philosophy of Race, (2018); Epistemologias Feministas (1993); Cantando no Fogo: Contos de Mulheres na Filosofia (2003); Pensando do lado de baixo da história 2000); Política de Identidade Reconsiderada (2006); Construindo a Nação: Um Leitor de Raça e Nacionalismo (2009).  

Alcoff escreveu amplamente sobre assuntos como violência sexual, política, identidade de gênero e raça e questões latinas. No seu livro Visible identities, Linda demonstra a importância da identidade racial, étnica, sexual e de género de cada pessoa. Em O Problema de Falar pelos Outros Alcoff foca os localização social e identidade social.  

Acerca das suas conquistas Alcoff recebeu vários prémios, incluindo um doutoramento honorário da Universidade de Oslo em setembro de 2011 e o Prémio Frantz Fanon da Caribbean Philosophical Association de 2009. Foi reconhecida como uma Mulher Distinta em Filosofia pela Society for Women in Philosophy em 2005 e ocupou a cátedra Meredith de Excelência em Ensino na Syracuse University de 1995 a 1998.  

Alcoff defende a inclusão de grupos historicamente sub-representados na filosofia, acreditando que os filósofos desses grupos criam novos campos de investigação como a filosofia feminista, teoria racial crítica, filosofia latina e filosofia LGBTQ. 


                                                                                       David Despujols, fevereiro 2023 





Nos direitos civis…   CAROLINA BEATRIZ ÂNGELO 



Carolina Beatriz Ângelo foi uma personalidade muito importante em Portugal, na transição do séc. XIX/XX. Sendo ela a primeira mulher a tornar-se cirurgiã e uma grande defensora do feminismo em Portugal, Carolina destacou-se também em outras áreas muito importantes como a política. 

Nasceu a 16 de abril de 1878, na Guarda, tendo sido educada pela sua família de uma forma muito liberal. Os seus familiares mais próximos eram apoiantes constantes do Partido Progressista, educando Beatriz Ângelo a seguir os princípios do mesmo. 

Impulsionada por toda esta atmosfera em que cresceu e se desenvolveu, começou a frequentar os estudos em Medicina, na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa. Era a única mulher da sua turma, mas isso não a impediu de anos mais tarde sair desta escola como a primeira mulher cirurgiã em Portugal. De seguida, trabalhou alguns anos no Hospital de S. José, operando diariamente sob a orientação de Sabino Coelho. 

Para além de toda a influência que exerceu como docente de medicina e médica hospitalar, Carolina Beatriz Ângelo teve também um grande impacto na política e na justiça portuguesas. Em prol de ambas, Carolina ao tornar-se viúva e tendo de sustentar sozinha a sua filha, invocou em tribunal o direito de ser legalmente considerada “chefe de família”, sendo-lhe concedido assim o direito de votar, o qual nunca tinha sido atribuído anteriormente a uma mulher em Portugal. Como resultado, a 28 de maio de 1911, Carolina Beatriz Ângelo tornou-se a primeira mulher a votar em Portugal, tendo-se isso tornado o motivo mais óbvio no seu reconhecimento a nível nacional. 

Falece a 3 de outubro de 1911, ao sofrer de síncope cardíaca derivada de uma miocardite.  Após a sua morte, foi louvada e homenageada de diferentes formas, como por exemplo com o facto de ter o seu nome atribuído a um hospital em Loures, a uma escola na Guarda e a diversas ruas por todo o país. 

Devemos considerar esta estupenda mulher como a fundadora e ativista do feminismo em Portugal, para o que muito contribuiu a sua educação exímia. 

                                                                                                   
Ana Catarina Dias, fevereiro 2023 





Nos direitos civis…   CLARISSA BARTON 

 

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Clarissa Harlowe Barton nasceu a 25 de dezembro de 1821 no norte de Oxford. Trabalhou como enfermeira hospitalar durante a Guerra Civil, porém, como a educação em enfermagem não eramuito comum e ela nunca frequentara nenhuma escola de enfermagem, os cuidados que Clarissa Barton prestou eram autodidatas. A sua primeira experiência como enfermeira aconteceu quando Barton ajudou a cuidar de um dos seus irmãos, que se encontrava gravemente doente. A sua família sempre a orientara para se tornar professora, por isso, aos 18 anos, começou a ensinar. Aos 24 anos, fundou uma escola para os filhos dos trabalhadores da fábrica de um dos seus irmãos. Em 1852, após mudar-se para Jersey, estabelece a primeira escola gratuita. No entanto, demitiu-se quando descobriu que um homem havia sido contratado sendo remunerado pelo dobro do seu próprio salário, afirmando que nunca trabalharia por menos dinheiro que um homem.  

Entre 1865 e 1868, ela conheceu Susan Anthony e assim começou a sua colaboração com o movimento de sufrágio da mulher. Nesta época, também conheceu Frederick Douglass e revelou-se uma ativista dos direitos humanos.  

Em 1869, exausta após cuidar de soldados americanos na Guerra Civil, no contexto da sua viagem pela Europa, quando se encontrava na Suíça, Barton informou-se sobre a Cruz Vermelha de Genebra e quando regressou aos Estados Unidos, forneceu apoio para a construção de uma sociedade americana da Cruz Vermelha. Assim, em 1881, a Cruz Vermelha Americana foi fundada e, em junho, Barton foi eleita a sua presidente. Até 1904, ela permaneceu com a Cruz Vermelha, participando em reuniões nacionais e internacionais e ajudando os mais necessitados. No entanto, nesse ano, viu-se forçada, por personalidades masculinas, a renunciar ao cargo, acusada de uma liderança egocêntrica, o que se encaixava mal na estrutura formal de uma instituição de caridade, e de evidenciar um humanismo idealista ao invés de uma eficiência realista. Após renunciar, Barton fundou a National First Aid Society, uma organização que valorizava programas locais de primeiros socorros.  

Clarissa Barton, falecida a 12 de abril de 1912, em Maryland, evidenciou-se uma mulher determinada e disposta a lutar pelas suas ideias. Uma mulher inspiradora que espalhou numerosos feitos notáveis no seu país e em todo o mundo. 


                                                                             Leonor Claro, fevereiro 2023 







Nos direitos civis…   MARSHA P. JOHNSON 


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        Marsha P. Johnson é uma ativista norte-americana, sendo considerada por muitos a figura mais importante da Rebelião de Stonewall de 1969 e do Movimento de Libertação Gay nos EUAJohnson identificava-se como travesti ou drag queen. O termo transgénero não era geralmente reconhecido ou aceite na altura em que Johnson viveu, tanto que ela era objeto de discriminação, até dentro da comunidade LGBT, por se apresentar como mulher.
A Rebelião de Stonewall, que é considerada a primeira marcha de orgulho gay, deu-se em 28 de junho de 1969 e foi uma demonstração de desobediência civil e protesto, uma resposta aos anos de opressão e tensão entre a polícia e a comunidade LGBT. Muitos dizem que foi Johnson que começou a rebelião, mas ela própria nega ter sido a iniciadora. No entanto, o impacto que Marsha teve é inegável. Marsha P. Johnson e muitas outras drag queens foram, de facto, a imagem de Stonewall e da luta contra a violência sistémica policial e o preconceito contra a comunidade LGBT.  

Depois de Stonewall, Johnson tornou-se uma figura icónica na comunidade LGBT. Em agosto de 1970, organizou um protesto quando um baile foi cancelado, após as autoridades descobrirem que o baile seria povoado maioritariamente pela comunidade LGBT.  Durante este protesto, que durou uma semana, Marsha P. Johnson e Sylvia Rivera, também ativista dos direitos LGBT, tiveram a ideia de criar o que seria conhecido como STAR (Street Transvestite Action Revolutionaires). Johnson e Rivera, que eram pessoas sem-abrigo, e trabalhavam maioritariamente como prostitutas, queriam ajudar a juventude LGBT a ter uma vida melhor. Este era o propósito de STAR—dar abrigo, comida e apoio geral à juventude LGBT, lutando também contra a violência policial e a homofobia. 

Em 1973, STAR foi dissolvida, pois não recebeu apoio, nem financeiro nem moral, da própria comunidade. Na altura, identidades trans não eram bem recebidas pela pequena percentagem poderosa LGBT (homens cisgénero brancos gays).  

Na década dos anos 80, Marsha P. Johnson, foi diagnosticada com SIDA e, dedicando o seu ativismo a essa causa, envolveu-se no grupo ACT UP que tentava melhorar as vidas das pessoas afetadas pela epidemia da SIDA.  

Em 1992, foram inauguradas estátuas no Christopher Park, o local onde a Rebelião de Stonewall ocorreu. Johnson comentou: "Quantas pessoas morreram para que essas duas pequenas estátuas fossem colocadas no parque como reconhecimento dos gays? Quantos anos até toda a gente reconhecer que somos todos irmãos e irmãs e seres humanos na raça humana? Quer dizer, quantos anos até toda a gente perceber que estamos todos juntos nesta corrida de ratos. 

Nesse mesmo ano, a violência anti-LGBT, em Nova Iorque, estava no seu auge, quer por repressão de forças policiais quer por ataques homofóbicos. No dia de 6 de julho de 1992, o dia a seguir a uma marcha de orgulho gay, o corpo de Marsha P. Johnson foi encontrado no Rio Hudson. A polícia concluiu que esta teria cometido suicídio, apesar de haver testemunhos de Johnson ter sido cercada por um grupo violento. 

No fim, temos o legado de uma das primeiras mulheres trans a lutar pela justiça, pelos seus direitos e pela liberdade. E para a discriminação LGBT, ainda notória em 2023, temos o lema imortal de Johnson, que deu origem ao P. do seu nome: Pay it no mind(Não ligues.) 

                                                               Miguel Araújo, fevereiro 2023 






Nos direitos civis…   ANNETTE KELLERMAN 


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Quem é esta senhora? Bem, digamos que é graças a ela que hoje em dia nos conseguimos bronzear na praia.  

Annette Kellerman, nascida a 6 de julho de 1886 na Austrália, foi uma nadadora, mergulhadora profissional, atriz de cinema, escritora e empresária. Para além de todas estas profissões, Annette ainda foi pioneira na utilização do fato de banho 

Na sua época as mulheres usavam “pesadas combinações e calças “, quando nadavam. Em 1907, Annette usou o auge da sua carreira para lutar contra esta condição, vestindo um dos seus fatos de banho para ir nadar. Isto acabou por colocá-la atrás das grades.  

Graças ao seu ato de coragem foi criada uma linha de fatos de banho com o seu nome, tendo este sido o primeiro passo para as roupas de banho femininas modernas. 

Após a libertação da prisão, Annette ganhou a corrida de 7 milhas “Nado em Paris Através do Sena “, que contava com a presença de meio milhão de espectadores, tendo derrotado 16 homens. Annette desafiava os melhores e saía sempre de taça na mão. Era um exemplo para a sociedade, principalmente para as mulheres.  

Annette Kellerman morreu aos 89 anos, num hospital em Queensland, Austrália 

Infelizmente não existe mais informação sobre este caso, mas não é preciso muito para acreditar que se não fosse esta mulher extraordinária, se calhar ainda hoje usávamos calças e camisolas na praia                                                                                                   

                                                                                 Leonor Marques, fevereiro 2023 






Nos direitos civis…   MALALA  



Uma mulher notável é certamente uma mulher que muda o mundo e que, por vezes, inspira milhões de pessoas, levando-as a apoiá-la em ações que sejam significativas para a sociedade.  

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Malala Yousafzai é uma ativista paquistanesa e com apenas 25 anos de idade, já é uma mulher notável. Nasceu no Vale do Swat, no norte do Paquistão, no dia 12 de julho de 1997. Filha de Ziauddin Yousafzai e de Tor Pekai Yousafzai, nenhum vizinho foi dar os parabéns aos seus pais quando ela nasceu pois, em regiões do Paquistão como o Vale do Swat, só o nascimento de rapazes é celebrado.  

O Paquistão é um país que fica entre a Índia e o Afeganistão. O regime talibã é um movimento fundamentalista e nacionalista islâmico que surgiu no Afeganistão em 1994 e que se difundiu no Paquistão. São extremamente conservadores e têm uma interpretação radical da Sharia (lei Islâmica). Perseguiram opositores e minorias étnicas e religiosas por todo o país (Xiitas, Cristãos e Budistas). A população civil sofreu todo o tipo de violência como por exemplo execuções públicas, amputações e açoitamentos.  

As mulheres são um género desvalorizado que não tem acesso à educação, à liberdade, a cuidados médicos e à sua individualidade. As raparigas são obrigadas a casar cedo e começam a ter filhos por volta dos 14 anos. Porém Malala, que significa “abraçada pela tristeza”, escapou desse destino graças à sua família que sempre apoiou a sua vontade de estudar. A mãe era cozinheira e o pai era professor e dono de uma escola.  

Malala era uma excelente aluna, mas viu a sua escola ser fechada pelos Talibãs quando estes tomaram a região de Vale do Swat. Em 2008, com 13 anos, Malala já tinha um blog onde defendia o direito das raparigas de frequentarem a escola. Em 2010, mesmo após ser anunciado pelo governo paquistanês que aquela região já estava controlada, Malala recebia ameaças de morte pelos Talibãs que continuavam a ter poder na região. No dia 9 de outubro de 2012, Malala viajava num autocarro que viria a ser atacado pelos Talibãs que a reconheceram e lhe deram 3 tiros na cabeça. Foi socorrida e levada para um hospital e quando apresentou melhorias foi levada para Birmingham, na Inglaterra, para ser tratada num hospital especializado em feridos de guerra.  

Mas não foi por isso que deixou de lutar pela sua causa, o direito à educação das raparigas. Permaneceu exilada em Birmingham com a sua família e, com 16 anos, em 2013, foi a Nova Iorque onde discursou para mais de 100 países da Assembleia de Jovens das Nações Unidas e onde deixou bem clara a mensagem da causa por que luta: “Os nossos livros e canetas são as armas mais poderosas. Uma criança, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo. Educação é a única solução”.  

Com 17 anos, ganhou o Prémio Nobel da Paz, tornando-se a pessoa mais jovem a ganhar esse reconhecido prémio. No dia 29 de março de 2018, Malala voltou ao Paquistão, depois de seis anos de exílio, onde se encontrou com o primeiro-ministro paquistanês na capital, Islamabad. Aí, Malala fez um breve discurso em que se emocionou e disse que, se dependesse dela, jamais teria deixado o Paquistão. Malala conseguiu concluir os seus estudos em 2020, com 22 anos, na faculdade de Filosofia Política e Económica, pela Universidade de Oxford.  

Malala é uma mulher notável pois defende a liberdade das raparigas através do acesso à educação.  

Só assim poderemos mudar o mundo. 


                                               Moisés Bastos e Ricardo Eusébio, fevereiro 2023 






Nos direitos civis…   FLORENCE NIGHTINGALE  

 

Florence Nightingale - Wikipedia

Florence Nightingale nasceu a 12 de Maio de 1820, em Florença (Itália). Criada numa família rica inglesa, cresceu e foi educada em Inglaterra. Nesta época as mulheres não tinham acesso à educação e ao mundo escolar, mas como para seu pai era importante que as suas filhas fossem bem informadas, este educou-as sendo o seu tutor. Ensinou-lhes literatura inglesa, latim, grego, italiano, francês, filosofia, história e matemática, praticamente tudo o que sabia. Nesta altura, era também esperado pela sociedade que as mulheres casassem novas e se tornassem mulheres de família e donas de casa, mas para Florence o propósito de vida era ajudar os outros. Desde muito nova que esta revelava uma grande inteligência e um interesse pelo outro muito grande. Foi aos 16 anos que decidiu que queria seguir enfermagem, mesmo que seus pais não compreendessem nem aprovassem a sua escolha Florence, efetivamente, seguiu a sua vocação e o seu sonho: foi para a Alemanha estudar e lá se tornou enfermeira. O seu trabalho foi reconhecido, tanto que lhe ofereceram um cargo importante em Inglaterra, o que consequentemente a fez regressar à terra onde havia crescido.  

Pouco mais tarde, rebentou a Guerra da Crimeia, onde soldados ingleses, franceses e russos morriam aos milhares. Por mais incrível que pareça estes soldados não morriam em campo de batalha mas sim nos hospitais militares, local onde “recuperavam” dos seus ferimentos. Aqui a higiene era nula e boas condições eram inexistentes. O cenário tornou-se tão assustador que o secretário de guerra Sidney Herbert não teve outra escolha senão chamar Florence e escreveu-lhe uma carta pedindo ajuda e reforços médicos. Esta, montou uma equipa de cerca de 30 enfermeiras em quem confiava e viajou para a Crimeia com as tropas inglesas. Ao chegar aos hospitais de campanha, Florence depara-se com um cenário horrível, sujo, não higiénico, malcheiroso, desconfortável, tudo mais que possamos imaginar. Rapidamente entendeu o que estava mal e deveria ser corrigido, e assim, pôs mãos à obra dando o seu melhor. Aquele ambiente horrível e assustador, com o tempo, foi-se tornando mais limpo, mais seguro contra certas doenças e mais agradável para todos os que lá recuperavam e trabalhavam. O seu notável trabalho demonstrou grande destreza e sucesso, esta conseguindo diminuir a tacha de morte dos soldados ingleses, de 42% para 2%.  

Para além do cuidado médico Florence tinha consciência dos estragos psicológicos que a guerra trazia aos soldados ingleses e, então, todas as noites, fazia rondas pelas enfermarias, com uma lâmpada turca na mão, certificando-se de que cada soldado estava confortável, ajudando quem precisasse dela e em muitos casos fazia apenas companhia aos seus pacientes e ajudava-os a escrever cartas para casa e para as suas famílias. Ficou assim conhecida, pelos seus pacientes, como “a Senhora da Lâmpada”, que durante a noite os visitava e garantia que tudo estava bem.  

No seu regresso a Inglaterra, Florence é recebida como heroína pelos ingleses. Por ter salvo inúmeras vidas e pelos seus feitos na Guerra da Crimeia, até pela Rainha Vitória o seu trabalho foi reconhecido e agradecido.  

Florence Nightingale tornou-se assim a fundadora e impulsionadora da profissão de enfermeiros e enfermeiras em todo o mundo. Faleceu a 13 de agosto de 1910, em Londres. 

Foi assim uma pioneira no ramo da medicina (enfermagem) e uma benemérita a nível mundial. 

FLORENCE NIGHTINGAL, UMA MULHER NOTÁVEL!

 

  Maria Miguel Pires, fevereiro 2023                                                 





Nos direitos civis…   ROSA PARKS 


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Rosa Louise McCauley, mais conhecida por Rosa Parks, foi uma ativista dos direitos humanos afro-americana que revigorou a luta pela igualdade racial. Foi chamada de “primeira mulher dos direitos civis” e “mãe do movimento livre”, ao ficar famosa por ter recusado ceder o seu lugar num autocarro a um indivíduo branco, ato que resultou na anulação das leis de segregação racial nos EUA.  

Rosa Parks nasceu a 4 de fevereiro de 1913, em Tuskegee, no estado do Alabama (Sul dos EUA) e faleceu a 24 de outubro de 2005 (Detroit, Michigan, EUA). Devido a problemas de saúde da família, viu-se obrigada a interromper os seus estudos, tendo começado a trabalhar como costureira. Mais tarde, mudou-se para Montgomery e casou-se com Raymond Parks, membro da Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor (NAACP), uma organização que lutava pelos direitos dos negros, da qual Rosa Parks se tornou membro. Incentivada pelo marido, concluiu o ensino médio em 1934. Raymond chegou a secretário e líder juvenil da associação. 

Naquela época, o racismo ainda era extremamente comum e “normal: “Naquela altura nós não tínhamos direitos, era tudo uma questão de sobrevivência, de existir de um dia para o outro, lembro-me de quando criança ter medo de acordar com a minha casa em chamas” - Rosa Parks 

No dia 1 de dezembro de 1955, Rosa entrou num autocarro em Montgomery, transporte público que era legalmente segregado por raça, pagou a passagem e sentou-se numa fileira reservada para negros. À medida que o veículo ia enchendo, o motorista notou que havia passageiros brancos em pé dentro do veículo e então exigiu aos passageiros negros que se levantassem para que os brancos se pudessem sentar. Todos os negros se levantaram, mas Rosa limitou-se a mover-se para o assento à beira da janela e recusou levantar-se. Eu não me levantei pois tinha o direito de ser tratada como qualquer outro passageiro!” O motorista chamou então a polícia que prendeu Rosa Parks 

Após este acontecimento começou a haver diversos movimentos pela igualdade racial. Os trabalhadores negros e os simpatizantes da causa pararam de andar de autocarro, passando a caminhar quilómetros em direção ao trabalho, para que os transportes públicos parassem de funcionar, uma vez que, naquela época, os autocarros dependiam muito dos afro-americanos para o seu negócio funcionar. A prisão de Rosa provocou, assim, um grande protesto que foi usado para chamar a atenção do público e gerou várias manifestações contra a segregação racial, duraram mais de um ano, até que em 1956, o Governo dos Estados Unidos baniu a lei da segregação racial.  

Rosa Parks tornou-se então um grande símbolo inspirador do movimento dos direitos civis negros nos Estados Unidos. Em 21 de dezembro de 1956, Martin Luther King e Glen Smiley, sacerdote branco, entraram juntos num autocarro e ocuparam os primeiros lugares.  

Uma mulher sem dúvida notável que, mesmo sabendo as consequências das suas ações, não cedeu nos seus princípios só porque os outros negros o fizeram e preferiu sofrer as consequências, inspirando inúmeras pessoas com essa ação. 

 

                  Leonor Costa, Pedro Guimarães e Rita Macide, fevereiro 2023 






Nos direitos civis…   MARGARET SANGER 


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Margaret Louisa Higgins, conhecida por Margaret Sanger, nasceu a 14 de setembro de 1879 em Nova Iorque (EUA) e faleceu a 6 de setembro de 1966. Ficou conhecida pelo seu contributo de extrema importância no planeamento familiar, sendo esta ativista americana considerada a inventora do termo “contracetivo”. Dedicou a sua vida à legalização e disponibilização destes métodos, universalmente. Nascida no meio de onze irmãos e irmãs, chorou a morte de sua mãe - que tinha apenas 50 anos - vítima de uma tuberculose causada pela fragilidade que os inúmeros partos e gravidezes lhe provocaram. Podemos associar estes acontecimentos à sua motivação para mudar os hábitos relativos à reprodução. É esta motivação que a faz viajar para tirar o curso de enfermagem. Em Nova Iorque, onde trabalhou, assistiu, em primeira mão, a centenas de mulheres que sofriam do mesmo problema por ela identificado: falta de meios contracetivos que por consequência levavam a abortos de administração “duvidosa” e não profissional. Iniciou, assim, a sua luta, tendo sido detida em 1916 após ter aberto a primeira clínica de controlo de natalidade. Em 1921 fundou a “American Birth Control League” e passou os trinta anos que se sucederam a batalhar pelos mesmos objetivos. Fez parte e esteve associada com diversas associações e fundações do mesmo cariz. A nomeação para o Prémio Nobel Da Paz, em 1952, está entre as diversas conquistas pessoais (que o foram também, de certa forma, para todas as mulheres) obtidas por Margaret, assim como a medalha a si atribuída pelo presidente Lyndon Jonhson (Presidential Medal of Freedom). Publicou também vários artigos, sendo o mais conhecido e impactante “What every girl should know”.      

Sanger adotou uma atitude exímia de líder, trazendo consigo um enorme legado relativo aos direitos reprodutivos das mulheres. Feminista, defensora dos direitos de cada mulher na prevenção de gravidezes indesejadas, desafiou as leis que ilegalizavam a publicitação de informação que envolvesse o tópico da contraceção, impactando permanentemente o seu país e muitas outras culturas e regiões 

 

                                                                                           Íris Redentor, fevereiro 2023 







Nos direitos civis…   HARRIET TUBMAN 

 

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Harriet Tubman nasceu em março de 1822 em Dorchester County, com o nome Araminra Ross, e faleceu a 10 de março de 1913.  

Era abolicionista, ativista social e considerada a primeira mulher negra a servir o exército militar.  

Nasceu na escravidão, mas conseguiu escapar-lhe com ajuda de pessoas em quem confiava e que a levaram pelos caminhos certos, depois de ter crescido sendo espancada e chicoteada. Em 1849, fugiu para Filadélfia e voltou a Maryland para resgatar a família. Aos poucos, foi capaz de resgatar familiares e dezenas de outros escravos. Harriet resgatou cerca de 70 escravos em 13 missões, através da rede de ativistas de anti escravidão Underground Railord. “Moisés”, foi o nome que lhe foi atribuído em missões nas quais nunca perdeu um único passageiro.  

Com a aprovação da Lei de Escravos fugitivos de 1850, ela guiou fugitivos da América do Norte até ao Canadá e escravos recém-libertados a obterem trabalho remunerado. Em 1859 conheceu John Brown, líder abolicionista e ajudou-o a planear e a recrutar apoiantes para o ataque de 1859 em Harpers Ferry 

Harriet trabalhou para o Exército da União no início da Guerra Civil, primeiro como cozinheira e enfermeira e eventualmente como espia e escoteira armada. Liderou uma expedição armada na guerra e guiou o ataque em Combahee Ferry e assim libertou mais de 700 escravos. 

Foi deste modo que Harriet Tubman se tornou uma guerreira e ícone da luta contra a discriminação racial e a escravidão, salvando vidas e renovando a esperança num mundo mais justo. 

                                                                         Luna Monteiro, fevereiro 2023 






Nos direitos civis…   MARIANNE WEBER  


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Uma das mulheres mais notáveis na história universal e na defesa da mulher foi Marianne Weber. Ela é conhecida por ser a esposa de Max Weber, um filósofo jurista e economista, considerado o “pai da sociologia”, mas poucos sabem que Frau Weber foi uma grande ativista que combateu pelos direitos das mulheres, deixando um legado sobre a emancipação feminina. 

Marianne Weber nasceu no dia 2 de agosto de 1870 na cidade alemã Oerlinghausen e morreu a 12 de março de 1954 na cidade de Heidelberg. Apesar do tempo em que nasceu, Weber teve sempre grande preocupação e interesse pela posição da mulher na sociedade e no casamento. Entre as nove obras que escreveu, destaca-se Ehefrau und Mutter in der Rechtsentwicklung (Esposa e mãe no desenvolvimento do direito), 1907, na qual Weber apresenta as suas principais ideias sobre relação entre direito matrimonial e a condição feminina. Trata-se de uma obra que demonstra uma interação entre filosofia, história e sociologiae que nos fala sobre a evolução do direito relativo à mulher, na condição de parceira sexual e mãe. O grande objetivo de Marianne Weber era identificar os contrastes entre as formas legitimadas de organização do relacionamento íntimo e o ideal imaginado para a união entre parceiros.  

A posição da mulher na sociedade patriarcal e a sua submissão à vida familiar e ao marido, enquanto autoridade, a quem devia obedecer e cujas decisões eram legitimadas pelo Direito, levaram Marianne Weber a apresentar a mulher, por contraste, como um ser racional, com vontades, motivações, desejos e capacidade de viver sem submissão matrimonial, desde que proporcionadas algumas condições, nomeadamente, emancipação económica e a entrada na mulher no mundo do trabalho.  

Weber foi umas das grandes mentoras do feminismo. 


                                                                           Pedro Rodrigues, fevereiro 2023