QUE AMANHÃ PARA A EDUCAÇÃO E PARA A ECONOMIA?

 



Que amanhã para a educação?

            No documentário “Amanhã” realizado por Cyril Dion e Mélanie Laurent é analisada a responsabilidade ambiental por parte de pessoas e de comunidades ao redor do planeta Terra, à volta de temas como agricultura, energia, dinheiro, democracia e educação.

            Mais especificamente na área educacional, existem alguns projetos e pesquisas a serem desenvolvidos em vários locais, como por exemplo na Finlândia onde estão a ser aplicados novos métodos de aprendizagem, como por exemplo, as aulas serem lecionadas por mais que um professor, normalmente por dois docentes. Nestas mesmas escolas, os professores e alunos convivem tanto nas aulas como no recreio e no tempo de almoço, como colegas, o que cria uma maior relação de confiança entre todos.

O sistema educativo em Portugal estará atualizado?

            Na nossa opinião, o nosso sistema educativo está desatualizado visto que os mesmos temas são ensinados há várias décadas.

            Em primeiro lugar, um ponto que contribui para a desatualização do sistema educativo é o facto dos horários escolares serem cada vez mais sobrecarregados, com uma média de 4 horas e meia por dia. Esta inflexibilidade retira aos alunos a oportunidade de desenvolverem capacidades que não podem ser desenvolvidas no âmbito escolar.

            Por último lugar, num mundo onde a tecnologia anda à volta de tudo, a falta de dispositivos eletrónicos atualizados pode influenciar negativamente as aprendizagens. Por isso, no ambiente escolar devia ser implementada a utilização corrente das novas tecnologias para os alunos não sentirem um choque entre a escola e “o mundo real”. Tanto a nível económico como a nível da saúde dos próprios estudantes, a disponibilização de aparelhos pode ser uma ajuda, uma vez que a troca dos livros e cadernos pelos computadores ou outro tipo de dispositivos eletrónicos pode fazer com que tanto o investimento anual do Estado como o das famílias diminua. Para além disso, também o peso que os estudantes transportam iria diminuir pois, com a substituição anteriormente referida, os alunos apenas teriam de transportar o seu próprio dispositivo. Acresce que esta alteração poderia provocar maior atenção, interesse e entusiasmo nas aulas por parte dos alunos.

    Concluindo, relativamente ao sistema educativo atual, a nossa opinião aponta para uma reforma e reorganização que visasse beneficiar tanto os docentes como os estudantes, inclusivamente revendo os conteúdos a ser lecionados nos diferentes anos escolares.

Pedro Dias e Francisco Araújo, janeiro de 2022




A EDUCAÇÃO COMO UMA ARMA PODEROSA 

Antigamente, a educação era um privilégio sendo que só um pequeno grupo tinha acesso à mesma. Somente em 1772, com o diplomata Marquês De Pombal é que o ensino foi impulsionado em Portugal passando a fazer parte de muitas casas portuguesas. 

Mas afinal o que é a educação? Para que serve? Hoje vou responder a todas essas perguntas e muitas mais com base no visionamento do filme “Amanhã” de Cyril Dion e Mélanie Laurent e alguma pesquisa extra. 

O que é a educação?  

Do meu ponto de vista, a educação é um direito humano fundamental. É importante não só quando somos mais novos, mas também na fase adulta que penso ser quando se nota mais se a temos ou não. É claro que se formos educados desde crianças é muito mais fácil garantirmos um futuro melhor não só para nós como para o mundo. Para além disso, quando somos mais novos o nosso cérebro capta informação mais facilmente, ou seja, temos mais capacidade de aprender coisas novas.  

Portal de Educação Ambiental 

Na minha opinião, a educação é uma das coisas essenciais da vida. Assim como defende o filósofo alemão, Immanuel Kant, “O ser humano é aquilo que a educação faz dele”. Esta frase significa que o futuro do ser humano está interligado com este tema, isto é, se aprendermos desde pequenos por exemplo que não se deve roubar ou tratar mal os outros não será preciso haver qualquer tipo de punição mais tarde. Outra afirmação que comprova a minha tese é a de Pitágoras, “Educai as crianças e não será preciso punir os homens”. 

O acesso à educação é universal? 

Como todos sabemos, infelizmente nem todas as pessoas têm acesso total à educação/ensino. Segundo um estudo realizado pela UNESCO em 2018, 258 milhões de crianças não puderam usufruir da escola sobretudo devido a problemas financeiros (pobreza) e sociais (discriminação). Acredito que com o aparecimento do coronavírus este número tenha sido mais elevado. Em acréscimo a este estudo, a ONU concluiu que o número anteriormente referido representa 17% das crianças no mundo inteiro, sendo que a maioria se encontra no sul e centro da Ásia e na África Subsaariana.  

A obrigatoriedade da frequência da escola faz sentido? 

Sim. Na minha opinião, o facto de o Estado tornar obrigatório o ensino para as crianças é uma mais-valia para elas. Se hipoteticamente isto não acontecesse acredito que muito mais pessoas não iriam ter o conhecimento necessário para ter um bom futuro. 

Só aprendemos na escola? 

Julgo que a resposta é óbvia, como diz o velho ditado “a educação vem de casa”. A educação base é da responsabilidade dos pais e familiares que, do meu ponto de vista, devem ensinar as noções básicas da vida como obedecer e respeitar os mais velhos, saber distinguir o bem do mal, cumprir regras, entre outros.  

E quanto a métodos de aprendizagem? 

Na minha opinião, os métodos devem ser adaptados de acordo com o aluno ou a turma em causa. As pessoas não são todas iguais e podem ter diferentes dificuldades de concentração e de aprendizagem. Penso que, apesar de ser mais trabalhoso, os professores devem utilizar os métodos mais diversificados, de forma a ajudar os alunos, uma vez que o objetivo é aprender e ensinar o melhor possível.  

Falando a nível pessoal, enquanto professora gosto de fazer exatamente o que referi e averiguar como posso explicar melhor aos alunos de modo que percebam tudo direitinho. 

O que é a Educação Especial? 

               Como referido anteriormente, os métodos de ensino devem ser adaptados principalmente no caso da educação especial que é direcionada para os alunos com transtornos gerais de desenvolvimento, deficiências ou superdotação. Relativamente à educação destes alunos, podemos juntá-los com os outros que não têm necessidades especiais? O ensino especial tem sido alvo de críticas por não promover o convívio entre as crianças especiais e as outras. De facto, eu penso que depende de caso para caso mas, sempre que for possível, não devem ser distanciados. Isto porque é importante esses alunos não se sentirem inferiores aos outros ou algo do género.


Uma imagem com pessoa, chão, interior, família

Descrição gerada automaticamente


    Por exemplo, o meu pai, que é professor de música, tem uma turma na qual se insere um menino com autismo. Há dias em que o meu pai vê que ele está mais irrequieto e então tenta acalmá-lo, mas como sabemos este trastorno é complicado e é por isso que, por vezes, é melhor deixá-lo estar sossegado no seu mundo de modo que a sua irritabilidade não se acentue e fazendo assim com que não prejudique a aprendizagem do resto da turma.  


Que relação aluno-professor? 

Uma imagem com texto

Descrição gerada automaticamenteAntigamente, os alunos viam o professor como uma figura rígida, intocável e assustadora. Tinham receio de falhar e colocar alguma questão. Hoje em dia, penso que existe uma maior abertura dos professores e que a relação de ambos é mais afetiva. Por exemplo, eu e o resto das alunas do meu professor de flauta estamos muito à vontade com ele. Os meus colegas de turma até dizem que nós parecemos familiares devido a essa abertura. No meu caso, enquanto professora, tento criar uma relação entre turma/aluno e professora, sem encarnar aquela figura autoritária. Penso que é importante os alunos e o/a professor/a, enquanto turma, confiarem e terem empatia uns pelos outros pois, deste modo, o ensino é mais facilmente transmitido. Sinto que eu e os meus alunos temos essa relação podendo isso dever-se ao facto de termos idades parecidas uma vez que na turma em questão o aluno mais novo tem 12 anos, o mais velho tem 22 e eu tenho 17. Contudo, ainda há muitos professores que não estão recetivos a essa mudança e também existe o exagero de confiança por parte dos alunos que os leva muitas vezes à má educação.   

Por isso, “ensinar já não é suficiente… é preciso criar relações”. 

E assim podemos concluir com George Streiner em "As Lições dos Mestres", que: 

“O verdadeiro ensinamento pode ser terrivelmente perigoso. O Mestre tem nas mãos o mais íntimo dos seus alunos, a matéria frágil e incendiária das suas possibilidades - toca na alma e nas raízes do ser, um ato no qual a sedução erótica, por metáfora que seja, é o aspeto de menos importância. Ensinar sem uma grave apreensão, sem uma reverência perturbada pelos riscos envolvidos, é uma frivolidade. Fazê-lo sem considerar as possíveis consequências individuais e sociais é cegueira. O grande ensino é aquele que desperta dúvidas, que encoraja a dissidência, que prepara o aluno para a partida.” 

Ana Catarina Fernandes, janeiro de 2022 





Rentabilizar a economia 

 

O que significa Stonks? Entenda a tradução e origem do meme | Internet |  TechTudoO nosso modelo económico foi idealizado num período da história em que a limitação dos recursos naturais e a saúde do planeta Terra não estavam postos em causa. O único objetivo de uma empresa era crescer economicamente o que, na nossa opinião, está ultrapassado. Na atualidade, não é viável uma economia ter como alicerce o caos capitalista.  


Tout est limité !       

             Em primeiro lugar, a nosso ver, é obrigatório ter em conta a circularidade da produção. Isto é, sabendo que tudo é limitado - tout est limité -, priorizar a reciclagem dos recursos e dos desperdícios, de forma que estes sejam devolvidos ao ecossistema que é a nossa economia.  

All You Need to Know About Green Roof ConstructionExistem múltiplas maneiras de pôr a sustentabilidade em prática como por exemplo, dentro do âmbito da produção inteligente, os “green roofs” (telhados verdes). Esta ideia consiste na ocupação dos telhados das grandes lojas, fábricas e semelhantes construções com vastos jardins de árvores, flores e vida. Os “green roofs” trazem-nos imensos benefícios que vão desde a óbvia rentabilização do espaço ao isolamento sonoro à eliminação do dióxido de carbono da atmosfera. Este pequeno exemplo é apenas um ponto de uma extensa lista de melhorias possíveis no que respeita à forma como encaramos o sistema económico desde a produção até ao retalho. 

Quanto à economia local 

Em segundo lugar, visando o desenvolvimento económico de uma comunidade, a nosso ver, é fulcral o investimento do cidadão na economia local. Ao investir nos negócios locais, estaremos a fazer o dinheiro circular pela economia que nos é próxima, em vez de centralizar os fundos em meia dúzia de grandes empresas de escala mundial.  

Passo explicar – imaginemos que decidimos comprar um vestido na loja de roupa local; o dono dessa loja utilizará esse dinheiro para fazer as compras banais na mercearia da localidade; os donos desta mercearia abastecer-se-ão através dos produtores locais que, por sua vez, virão almoçar no nosso café. Assim, estaremos a manter a circularidade da economia ao invés de estagnar o desenvolvimento económico. Tal aconteceria caso decidíssemos comprar o vestido numa loja de uma marca internacional porque esta não recompensa os seus trabalhadores e não devolve o investimento à comunidade. 

 O que é isso de moeda complementar? 

Moeda social – Wikipédia, a enciclopédia livre Uma das soluções mais viáveis para atingir a saúde económica de uma comunidade é a moeda complementar (ou social). A moeda complementar é uma alternativa à moeda nacional que apenas tem valor dentro de uma determinada localidade. O seu objetivo é gerar riqueza na respetiva comunidade, já que é uma moeda local. A moeda social age como uma moeda complementar à moeda nacional, porém não a substitui. As moedas sociais costumam surgir em comunidades pequenas com o objetivo de fazer com que o dinheiro, ao circular, crie uma dinâmica económica própria dessa comunidade. Geralmente surgem em contextos onde o comércio local sofre pressão comercial dos grandes centros. A moeda social surge para fomentar a economia local. Ela não tem qualquer vínculo obrigatório com a moeda nacional e a sua circulação é baseada na confiança mútua entre os utentes, participantes de um grupo circunscrito por adesão voluntária. Isto impede que o dinheiro seja gasto nas tais grandes empresas cujo investimento na localidade é nulo.  

Não exageremos nas disparidades salariais! 

Nas “big corporations”, a disparidade salarial é um enorme problema. A diferença do salário entre o(a) grande chefe e o(a) trabalhador(a) mais precário(a) é avassaladora. Ao comprarmos nestas grandes empresas estamos, portanto, a centralizar o dinheiro num número muito reduzido de pessoas. Em alguns países existem leis em vigor que limitam a diferença de ordenado máximo entre o mais bem pago e o menos bem pago da empresa, incluindo o seu chefe. Desta forma, se o patrão quiser ter mais lucro individual é obrigado a pagar mais a cada empregado da sua empresa. 

Conclusão: 

Cada vez é mais fácil e rentável praticar uma economia justa e saudável para o nosso planeta. Ao pôr em prática algumas das ideias acima mencionadas estamos a caminhar para uma economia menos centralizada, mais autossuficiente, mais justa e acima de tudo, mais amiga do ambiente. 

 

António Gouveia e Miguel Marinho em janeiro de 2022