YOU CLAP FOR ME NOW


O invisível e desconhecido

            Estamos a passar um dos momentos mais difíceis das nossas vidas, se não o mais difícil, duro e triste. Com esta pandemia verificamos que a nossa tábua de valores é flexível de acordo com as circunstâncias com que nos deparamos na vida, pois o que antes era seguro, andar/ sair à rua livremente, agora é inseguro pois se sairmos pode ser muito perigoso para nós e para aqueles que nos rodeiam (como vimos no vídeo).

            De súbito, todos estamos a dar muito mais valor aos profissionais de saúde: eles são os nossos heróis. Talvez a maior parte de nós pensasse que a 3ª Guerra Mundial iria ser igual às outras, com armas, e por isso muitos países, como o nosso, investiram em armas mais do que na ciência e na medicina. Mas agora, percebemos que um bicho invisível está a fazer estragos nunca dantes vistos.

            Não basta ir à janela aplaudir, temos de passar às ações e valorizar todos aqueles que nos estão a salvar, tal como vimos no vídeo: médicos, enfermeiros, agricultores, lixeiros, engenheiros, dentistas… E se queremos que tudo isto acabe, o mais importante é ficar em casa e respeitar as regras de higiene.

 Margarida Ribeiro 2019-2020

 


United colors of Benetton

O vídeo "You Clap For Me Now" apela à luta contra a discriminação das minorias étnicas assim como dos residentes estrangeiros que, durante esta pandemia, contribuem tanto para o seu fim.

É comentada a linguagem racista frequentemente utilizada com os imigrantes, e é mostrado como aqueles que outrora foram alvos de críticas e insultos por causa da sua religião, profissão e/ou cor de pele, estão agora entre os aplaudidos pelo esforço e dedicação no combate ao COVID-19.

Na minha opinião, este vídeo alerta-nos para a errada adoção de uma posição etnocentrista (ou seja, a adoção de uma postura de intolerância e arrogância culturais que decorre da sobreavaliação da nossa estrutura valorativa relativamente a todas as outras culturas), que pode resultar em atitudes racistas e/ou xenófobas. Como é demonstrado no vídeo, as pessoas etnocêntricas têm uma aversão àquilo que vem de fora (do estrangeiro), que "rouba" empregos, que torna inseguro andar pelas ruas, que faz com que a nossa nação sofra; mas esse inimigo não é uma pessoa que não é da nossa cultura, não é um ser humano; nos tempos que correm, esse inimigo é o coronavirus.

Creio que este vídeo também consciencializa os espectadores no sentido em que refere que tal como nós atualmente estamos presos, com receio de sairmos à rua, com um sentimento de insegurança, existem pessoas por todo o mundo que se sentem assim constantemente, sem nenhuma pandemia, devido às guerras políticas e religiosas nos seus países; e que por quererem afastar-se dessas condições miseráveis e irem para locais com paz social, são consideradas ladras de empregos e destruidoras de “nações”. Contudo, a verdade é que mesmo perante isto, estas pessoas se erguem e lutam por todos, incluindo aqueles que as julgaram.

E por isso, acredito que o autor do vídeo intencionalmente nos convida, de uma forma subliminar mas crítica, a mantermos uma postura interculturalista (a que defende o diálogo intercultural com vista ao pluralismo e ao estabelecimento de valores transculturais) e aberta ao que é diferente, independentemente de nos encontrarmos em tempo de uma pandemia global ou não. Ora, esta proposta é algo com que concordo plenamente.

Mia Guimarães 2019-2020

 


A discriminação em tempos de pandemia

    “You clap for me now” é um poema escrito por Darren James Smith, que fala sobre a pandemia que estamos a viver. O poeta pretende, através da sua escrita, dizer-nos que uma grande parte dos trabalhadores essenciais durante esta altura são imigrantes (logistas, médicos, enfermeiros, agricultores, professores, entre outros). Um jornal britânico, “The Guardian”, decidiu fazer um vídeo com imigrantes na Grã Bretanha a citar o poema para chamar a atenção das pessoas sobre a imigração.

    Nos últimos anos, muitos imigrantes têm chegado à Europa vindos dos mais diversos países em busca de uma vida melhor. Há quem pense que só porque alguns vêm de países em conflito, como a Síria, o Paquistão, vão ser violentos e causar problemas. Xenofobia pode definir-se como sendo antipatia, preconceito, atitude hostil ou aversão por estrangeiros. Penso que pessoas que tratam de maneira diferente os imigrantes, estão a ser não só xenófobas como orgulhosas e egocêntricas por acharem que as outras pessoas não têm direito a uma vida melhor só porque são de outra nacionalidade. De facto, sabendo que vêm imigrantes para Portugal, fico bastante orgulhosa do meu país porque sei que eles o escolheram por ser seguro e por dar oportunidades que os seus países de origem não dão. Em pleno séc. XXI, não deveria haver qualquer tipo de discriminação e não devíamos subvalorizar ninguém. Não importa de onde viemos, durante esta pandemia, todos combatemos um inimigo que nos é comum e este problema vai além das nossa diferenças.

Leonor Silva 2019-2020

 


Mudam-se os tempos, 

                     mudam-se as vontades

Considero que o vídeo You Clap for Me Now: the coronavirus poem on racism and immigration in Britain, publicado pelo canal Guardian News, no passado dia 15 de abril, contem uma mensagem muito importante para todos nós neste tempo de pandemia, na qual devemos refletir.

Penso que este vídeo pode ser dividido em três partes: passado, presente e futuro.

No “passado”, é feita uma comparação entre imigrantes e o novo corona vírus. Ambos são considerados uma ameaça à vida como a conhecemos, pondo em causa a nossa segurança, o nosso trabalho e até a forma como funcionamos em sociedade. Aqui é mencionado o termo dirty disease, que é utilizado por muitas pessoas para descrever os indivíduos provenientes de outros lugares do mundo, lugares desconhecidos. Ao entrarmos em contacto direto com algo que não conhecemos, temos tendência a amedrontar-nos e a adotarmos uma atitude de repulsa para com aquilo que nos faz sentir assim (neste caso em concreto, os imigrantes). Trata-se, pois, de um ponto de vista etnocêntrico que apresenta claros indícios de racismo e xenofobia.

Já num tempo “presente”, percebemos uma mudança na nossa hierarquia de valores. A repulsa que sentíamos deu lugar à aceitação de quem vem de fora, apoiamos os trabalhadores, independentemente da sua etnia. O nosso pensamento etnocentrista deu lugar a um pensamento interculturalista, ou seja, de aceitação das diferentes culturas, compreensão dos seus valores e perceção de que, afinal de contas, não somos tão diferentes uns dos outros. You clap for me now; hoje, sentimos o que fizemos sentir aos outros, com os nossos “vai para casa” ou “não podes estar aqui”; percebemos, finalmente, o que é “sentir que a nossa própria casa é uma prisão”; vivemos num medo constante e a nossa liberdade foi condicionada.

Esta mudança repentina na nossa hierarquia de valores, faz-nos perceber uma certa hipocrisia por parte da humanidade. Apoiávamos Gretas e Malalas, sem verdadeiramente valorizar “o que” e “quem” elas advogam. De um momento para o outro, a sociedade começou a ter uma atitude contrária para com as pessoas que, sendo imigrantes, podem ajudar no combate à pandemia. Começamos a pedir ajuda àqueles que considerávamos dispensáveis. Por exemplo, todos nos lembramos do momento em que o primeiro ministro inglês agradeceu ao enfermeiro Luís Pitarma pela dedicação que teve durante o seu internamento. No entanto, num passado relativamente recente, debatiam-se na Inglaterra os direitos dos trabalhadores imigrantes após o Brexit, onde principalmente os menos qualificados poderiam vir a ter de deixar o país.

Relativamente ao “futuro”, este vídeo faz-nos pensar. Será que, perante a experiência do “presente” e consequente mudança de valores, vamos conseguir manter esta nova atitude quando chegarmos ao fim desta pandemia? Será que vamos olhar para alguém sem o julgar pelas suas origens, mas sim por quem ele realmente é? Será que as pessoas se vão curar da maneira ignorante, perigosa, sem sentido e sem coração com que viviam? Será que esta doença poderá vir a curar o mundo, tornando-o num lugar onde reinarão verdadeiramente os valores de paz, fraternidade e solidariedade?

Esta doença mostrou-nos que somos todos iguais, não há melhores nem piores e que ninguém se salva sozinho. Temos de aprender a lição e aproveitar esta ocasião para mudar a nossa atitude sobre a forma como vemos o mundo, fazer novas escolhas e criar novos modos de vida, pois há ainda um longo caminho a percorrer até se encontrar uma vacina.

 Inês Cunha Almeida 2019-2020



Somos todos essenciais

Eu concordo com a ideia deste vídeo pois é uma boa iniciativa, fala de pessoas que são tradicionais vítimas de xenofobia mas que agora são essenciais na crise que estamos a passar e isso só demonstra que a raça ou cor não interessa porque todos são essenciais, todos têm a sua função por mais pequena que seja, todos são sempre fundamentais. Não deveríamos discriminar ninguém, pois graças a muitos dos que sofreram de xenofobia já estamos a conseguir controlar melhor esta pandemia.

Hélder Cruz 2019-2020



A sociedade neoarcaica

            Como era de se esperar a situação que todos vivenciamos atualmente trouxe inúmeros problemas, entre eles o racismo, a discriminação e a xenofobia. Se refletirmos um pouco concluímos que estas consequências se encaixam perfeitamente num cenário etnocêntrico.

            Tive a oportunidade de assistir a um vídeo feito no Reino Unido que aborda este tema de uma maneira muito clara. Milhares de imigrantes sofreram algum tipo de discriminação devido ao pânico da população nativa dos seus atuais países de residência. Isto está claramente errado! Não podemos admitir que em pleno século XXI alguém seja discriminado, seja qual for a circunstância. As pessoas chegaram ao cúmulo de quererem que os emigrantes voltassem aos seus países de origem. Estes comportamentos mostram como vivemos numa sociedade bastante dividida no que toca à aceitação da diversidade cultural.  Este vídeo mostrou que, apesar de serem imigrantes estas pessoas conseguem ser úteis para a sociedade, mostrando-se capazes de atuar na linha da frente contra esta pandemia.

Na minha opinião estes incríveis senhores que fizeram este vídeo mostraram a realidade: sim, existe discriminação na sociedade atual devido às crenças, religiões, nacionalidades, mas existe também em simultâneo uma crescente consciencialização de que os estrangeiros têm exatamente os mesmos direitos humanos que qualquer outra pessoa.

Beatriz Ramalho     2019-2020




Identidade intercultural

        A mensagem presente neste vídeo é poderosa e reflete muito a interculturalidade e a globalização nos dias de hoje. Esta pandemia afeta todo o mundo e, a partir da Grã-Bretanha, um dos países mais afetados por este vírus, o vídeo demonstra a necessidade de pormos de lado as nossas diferenças e desavenças culturais, socias, religiosas ou políticas para que nos possamos unir como um todo em nome da Humanidade com a missão de acabarmos com o contágio descontrolado e a tragédia que pode surgir como fruto deste cenário epidemiológico.

    Penso que esta situação, ao apelar aos nossos princípios mais universais e transculturais, proporcionou uma boa oportunidade de nos apercebermos da necessidade de união e entreajuda para lutarmos pela nossa raça, que nos dá identidade antes de qualquer outra, que é a raça humana.

António Narciso, 2019-2020